Entidade vai ao Conselho de Ética contra Marun, que minimiza: “não posso me preocupar por pouca coisa”

  • Por Jovem Pan
  • 03/01/2018 09h41
Roque de Sá/Agência Senado Sobre um possível adiamento da data da votação da reforma da Previdência, marcada para o dia 19 de fevereiro, Marun disse que “não há a possibilidade”

O Fórum Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) protocolou nesta quarta-feira (03) uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo.

A entidade usou como base a declaração na qual Marun teria condicionado a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal a Estados ao apoio de governadores na votação da reforma da Previdência, prevista para fevereiro.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Marun negou que tenha condicionado liberação de recursos e disse que mantém a posição de busca de apoio a todos os agentes públicos. Entretanto, ao falar sobre a entidade que protocolou representação contra ele, o ministro respondeu. “Fonacat, que nem sabia que existia… para proteger privilégios não falta associação, mas para trabalhar pelo Brasil são poucos. Minha resposta vai ser uma frase ‘não condicionei’. E tenho certeza que essa representação, seja lá o que for, não faz parte do rol de coisas que me preocupa. Não posso me preocupar por pouca coisa, tenho coisa séria e grande para me preocupar”, disse.

Sobre “coisa séria”, o ministro deu a entender que ainda trabalha na busca de votos para a aprovação da reforma da Previdência. Sobre um possível adiamento da data da votação, marcada para o dia 19 de fevereiro, Marun disse que “não há a possibilidade”.

“Agora sim você coloca algo que me preocupa. Sou uma pessoa transparente, não minto e ainda não temos voto necessários para a necessária reforma da Previdência. Estou sentindo clima positivo. Entendo que sociedade começa a se conscientizar na necessidade de tornar Previdência mais justa e menos desigual”, admitiu.

Sobre os governadores, que chegaram a ser condicionados pelo ministro para obterem recursos a seus Estados, Marun não segurou as críticas: “tem hora que vejo alguns governadores como se fosse violinista do Titanic. A água bate no peito, mas segue a música tentando levar as pessoas uma imagem falsa da realidade”.

Voltando ao condicionamento na liberação de recursos, Marun disse esperar reciprocidade e reiterou que não chantageou ninguém. “O Brasil espera reciprocidade? Esperamos. Queremos que agentes públicos sejam responsáveis. Neste momento estou focado nesta missão e entendo que o Governo se esforçar, ter foco, dialogar com todos os agentes públicos, tentando convencê-los, penso que isso não é chantagem e por isso que eu continuo conversando. Estou aqui fazendo isso”.

No que diz respeito à oposição, Marun disse que não é mais possível ser contra a reforma da Previdência baseado em argumentos. “Não existem argumentos para que se estabeleça oposição à reforma. Existe oposição ao Governo, que é oposição ao Brasil, e existe preocupação para com as eleições, e é justo. É questão que devemos levar em consideração. Mas, efetivamente, um argumento que contraponha a reforma não tem sido apresentado”.

Confira a entrevista completa com o ministro Carlos Marun:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.