Entidades criticam advogado que abordou Lewandowski em voo; Toffoli pede que PF e PGR apurem
Entidades ligadas ao Poder Judiciário criticam a postura de advogado que se manifestou contra o ministro Ricardo Lewandowski. O caso aconteceu na última terça-feira (04), durante um voo que partiu de São Paulo a Brasília.
O advogado Cristiano Caiado de Acioli disse ao ministro Lewandowski que o Supremo Tribunal Federal é uma vergonha. Na sequência, o ministro chamou a Polícia Federal e o advogado ficou detido dentro da aeronave.
A nota que critica a postura de Cristiano Caiado de Acioli está assinada por representantes da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e da Associação dos Juízes Federais do Brasil. Também pelos presidentes da Associação dos Magistrados Brasileiros, da Associação dos Magistrados do Distrito Federal e da Associação Nacional do Ministério Público Militar.
De acordo com o texto, “a ninguém é dado o direito de perturbar a tranquilidade de passageiros em voos comerciais, tendo as autoridades constituídas não só o direito como o dever do exercício do poder de polícia para coibir a prática de comportamentos impróprios”.
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, pediu nesta quarta-feira (05) à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República que apurem o caso. Para ele, o colega de toga foi ofendido e, por isso, é preciso tomar “providências cabíveis”.
Quem também se manifestou sobre o assunto foi a deputada eleita Janaína Paschoal, que detém o recorde de dois milhões de votos para a Assembleia Legislativa de São Paulo. Pelo Twitter, a jurista afirmou que o advogado “jamais poderia ter sido detido” por criticar o Supremo Tribunal Federal para o ministro Lewandowski.
A deputada escreveu ainda que há anos denuncia na sala de aula que, no Brasil, “falar passou a ser crime hediondo”. Janaína Paschoal também se solidarizou com o colega.
Em nota, o gabinete de Ricardo Lewandowski declarou que “ao presenciar um ato de injúria ao Supremo Tribunal Federal, o Ministro sentiu-se no dever funcional de proteger a instituição a que pertence”.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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