Entre abril de 2020 e 2021, espaços fitness tiveram aumento de 176% em faturamento

Crescimento do setor se deve a nova fase de vacinação e a necessidade da pessoa em fazer alguma atividade física, depois de um longo tempo parada

  • Por Jovem Pan
  • 11/07/2021 13h52 - Atualizado em 11/07/2021 14h04
José Cruz / Agência Brasil Duas máquinas de pedalar de academia colocadas sobre um chão de taco marrom em primeiro plano; no fundo, uma série de pessoas fazem exercícios físicos em outras máquinas Os espaços fitness tiveram um aumento de 176% em faturamento em um ano

A pandemia do coronavírus já dura mais de um ano e mesmo assim muitas academias tentam sobreviver à crise. Algumas já fecharam as portas. Outras sofrem com as medidas restritivas. Uma pesquisa realizada pela Tecnofit, uma startup especializada na área, revela que o mundo fitness está se recuperando aos poucos. Eduardo Netto, diretor-geral da rede Bodytech sentiu na pele o impacto das medidas restritivas. O jeito foi criar formas de não perder os alunos. “A ordem da vez, assim como aconteceram em outras empresas, foi flexibilização. A gente tinha multa para cancelamento e a gente tinha uma política restrita de trancamento. A gente permitiu, assim como empresas aéreas, que a pessoa trancasse, congelasse o plano dela e, assim que voltasse à academia, aqueles dias eram creditados na conta. Acho que essa foi a grande ‘sacada’ que a gente teve e a gente conseguiu uma adesão muito grande dos clientes. E, assim que retornaram, eles tinham aquele crédito e continuavam frequentando a academia. Acho que isso ajudou bastante. A flexibilização foi o grande segredo”, explica Netto. Cerca de 4 mil clientes de todo Brasil foram ouvidos na pesquisa. Na comparação entre abril de 2020, início da pandemia, e abril de 2021, os espaços fitness tiveram um aumento de 176% em faturamento. Os números do segmento fitness ainda vão de encontro a uma melhora no setor de serviços brasileiro, que cresceu 0,4%.

O crescimento do setor fitness se deve também a nova fase de vacinação e a necessidade da pessoa em fazer alguma atividade física, depois de um longo tempo parada. Daniel Umpierre, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ajudou a criar o protocolo de segurança sanitária para academias a pedido do Ministério da Saúde. O estudo revela que nem todas conseguem oferecer segurança necessária contra a Covid-19. “Porém, sim, nós temos uma possibilidade de disseminação de vírus nas academias. Os virologistas colocam isso, então, nesse sentido, o cuidado é necessário e isso nos preocupou, inclusive, em relação à mensagem que viria em relação ao guia sendo lançado nesse momento”, enfatizou Umpierre. A pandemia trouxe mais perdas do que ganhos para os donos de academias. Nesta rede, por exemplo, o faturamento caiu cerca de 30%. Mas com a retomada das atividades, a recuperação pode chegar a 15% até dezembro. Em uma outra rede concorrente, quase 700 mil alunos cancelaram as matrículas. O motivo? O medo de pegar Covid-19. Além disso, os Procons têm tido uma atuação importante sobre o setor e tem autuado várias academias. As principais reclamações são os cancelamentos feitos por alunos e as cobranças indevidas.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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