Erro de algorítimo pode ter resultado na morte de cerca de 300 mulheres no Reino Unido

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan Londres
  • 03/05/2018 11h16 - Atualizado em 03/05/2018 11h17
AlarconBenthos / Pixabay Equipamento de mamografia; muitas mulheres deixaram de fazer exame a tempo de identificar câncer de mama devido à falta do aviso

Os algoritmos estão nos centros de duas polêmicas que são os assuntos principais aqui na Inglaterra nesta quinta-feira (3).

Os jornais de hoje estampam com horror a notícia revelada ontem pelo governo britânico sobre uma falha grave no sistema de saúde público do país que pode ter resultado na morte de cerca de 300 mulheres.

Um erro no algoritmo utilizado pelo NHS, o SUS daqui, fez com que 450 mil mulheres com idades entre 68 e 71 anos deixassem de receber o convite automático para realizarem a última mamografia da vida.

Antes mais nada é preciso entender que existe uma cultura médica muito diferente do Brasil por aqui.

Na Inglaterra, onde a maior parte da saúde é pública e não existe essa comercialização selvagem, os cidadãos não estão acostumados a fazer exames a torto e a direito, muito menos a visitar especialistas por conta própria.

Portanto, sem essa carta-convite para realizar o exame de rotina, muitas mulheres podem ter sofrido um diagnóstico tardio para um câncer de mama.

O governo reconheceu que o erro estava ocorrendo desde 2009 e prometeu inclusive indenizar as famílias de mulheres que perderam a vida por causa da falha de computador.

Em outro destaque por aqui a empresa Cambridge Analyctica anunciou ontem que está fechando as portas depois do escândalo com o uso irregular de dados de usuários do Facebook em marketing eleitoral. A empresa com sede em Londres é acusada de obter irregularmente os dados de até 87 milhões de usuários da rede social.

As informações teriam sido utilizadas para manipular eleitores nas campanhas presidencial dos Estados Unidos e do Brexit em 2016.

As autoridades britânicas, no entanto, já alertaram que o fechamento da empresa não vai interromper as investigações que podem responsabilizar diretores e investidores da Cambridge Analytica.

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