Escola no CE recua de expulsão de criança transgênero após repercussão nas redes sociais
Escola em Fortaleza volta atrás em expulsão de criança transexual após repercussão do caso nas redes sociais.
Mara Beatriz acusou o colégio “Educar Sesc” de se recusar a renovar a matrícula da filha de 13 anos depois que a jovem assumiu ser transexual. A adolescente estuda na instituição há 11 anos e, de acordo com a família, é muito respeitada pelos colegas.
Mara contou o caso no Facebook: a publicação ultrapassou os 35 mil compartilhamentos e atingiu mais de um milhão de usuários.
Durante o processo de mudança de gênero da filha, Mara disse que reclamou de atitudes da escola, como não usar o nome social dela e não permitir que a menina usasse o banheiro dos alunos, apenas o dos funcionários.
Quando foi chamada para uma reunião no colégio, ela imaginou que resolveria o problema, mas foi surpreendida pela gerente regional de educação: “ela disse ‘seguinte, entendo as queixas que vocês têm feito, mas a escola não tem como se ajustar às necessidades dela, então recomendo que vocês procurem outra história’”.
A descoberta da transexualidade da jovem é recente, começou neste ano e contou com total apoio do pai e da mãe.
A adolescente faz acompanhamento com especialistas e a família buscou ajuda no Centro de Referência LGBT Janaina Dutra, da Prefeitura de Fortaleza.
Mara Beatriz defendeu que o amor pelos filhos seja maior que qualquer preconceito: “hoje a minha filha diz que ela se sente bem usando roupas de menina, sendo tratada como menina, então cabe a mim respeitar e amar. Se daqui uns anos ela me dizer que era uma fase, o que vai me caber? Respeitar e amar”.
Sobre a expulsão da escola, os pais decidiram prestar queixa na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente.
Depois da repercussão, o colégio pediu desculpas e declarou, em nota, que a aluna tem a matrícula assegurada para 2018.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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