Especial Eleições 2020: O impacto da pandemia da Covid-19 na disputa

Primeiro episódio da série feita pela Jovem Pan mostra as mudanças e adequações no pleito

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2020 07h43 - Atualizado em 31/08/2020 09h30
Fabio Rodrigues Pozzebon/Agência Brasil Urna eletrônica Eleitores terão a lista de candidatos à presidente oficializados até o início de agosto.

A pandemia do coronavírus mudou a forma de trabalhar, estudar e até de se consultar com um médico. Por isso, não poderia ser diferente com as eleições municipais deste ano. Quase 147 milhões de brasileiros devem ir às urnas para escolher o prefeito e o vereador da cidade onde moram. Depois de muita discussão sobre se o pleito aconteceria, ou não, em 2020, a Câmara dos Deputados decidiu adiar a votação. O primeiro turno está marcado para 15 de novembro e o segundo turno para o dia 25 do mesmo mês. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ampliou o horário da votação em uma hora para reduzir a possibilidade de aglomeração nos locais de votação. Neste ano, os eleitores poderão ir às urnas da 7h às 17h. O TSE também definiu que o horário das 7h às 10h será, preferencialmente, para pessoas com mais de 60 anos.

O cientista político Hilton Cesário Fernando acredita que prefeitos e vereadores tem vantagem sobre os demais candidatos. “Isso porque com a diminuição do tempo de campanha e a pandemia tomando conta do noticiário, quem tem o cargo terá maior visibilidade”, acredita. Outra mudança feita pelo Congresso Nacional, deste vez em 2017, começa a valer este ano. A partir de agora, dois ou mais partidos não poderão se unir para disputar uma vaga de vereador. Na opinião de Hilton Cesário Fernando, a medida era necessária. “Não fazia muito sentido ter vários partidos coligados para cargos proporcionais. Se o partido quer representatividade, ele deve lançar o seu próprio candidato, sua própria lista e brigar por isso”, explica.

Por causa da pandemia, uma das preocupações dos eleitores é com a urna eletrônica. Será que uma pessoa pode se contaminar ao digitar o número do candidato? Segundo o infectologista Alexandre Naime Barbosa, as chances são baixas. Ele explicou que a contaminação por contato corresponde a cerca de 10% das infecções pelo coronavírus. “Se não for respeitar o espaçamento nessas filas que serão formadas para o eleitor entrar na sala de votação e se essas pessoas não estiverem suando máscara, você terá um ambiente de transmissão do vírus”, afirma. A porta-voz do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Nádia Pinheiro, diz que especialistas estão preparando um protocolo nacional de segurança para as eleições. “O que queremos reforçar é que desde o início de julho o TSE tem se reunido com médicos para preparar esse protocolo e garantir para o eleitor e os mesários que eles poderão votar de forma segura”, ressalta. Uma cosia é certa, o uso de biometria está descartado para as eleições deste ano, já que seu uso poderia atrasar o voto e provocar aglomerações.

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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