Especialista avalia novo método terrorista: “o que viajam são as ideias”

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2017 10h32 - Atualizado em 19/08/2017 10h32
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EFE/Quique García Flores são deixadas nas Ramblas de Barcelona após atentado

Carlos Gustavo Poggio, coordenador do Curso de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, avalia as novas técnicas do terrorismo internacional, que, nesta semana, fez mais vítimas.  Quatorze pessoas morreram e dezenas foram feridas em um atropelamento na Rambla de Barcelona, Espanha. Um jovem de 17 anos foi identificado como um dos autores do ataque, assumido pelo Estado Islâmico.

Poggio ressalta em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã deste sábado (19) que esse é um “terrorismo de muito baixo custo” e que “dificilmente” veremos ataques mais “pirotécnicos” ou “espetaculosos” como o de 11 de setembro de 2001, quando quase três mil pessoas morreram nos EUA após extremistas tomarem o controle de aviões, lançando-os sobre edifícios.

“Agora se prioriza o uso de armas muito simples, como facas e carros. Não precisa ter células terroristas que treinam alguém a dirigir um avião”, compara.

Os terroristas mais recentes também usam a internet e as redes sociais para cativar seguidores. “O Estado Islâmico não precisa enfiar terroristas da Síria ou do Iraque na França ou na Espanha. O que viajam são as ideias”, pondera o professor.

E isso traz muitos e novos desafios às forças de segurança. “Essa nova face desse terrorismo é difícil para a sociedade se acostumar”, diz. Além de um paradoxo: “sociedades democráticas tendem a ser mais vulneráveis a esse tipo de terrorismo”, avalia, uma vez que os Estados mais abertos não censuram a circulação de ideias radicais na internet.

“Por mais que você combata o Estado Islâmico é muito difícil combater essas ideias”. Com a realidade da globalização e da tecnologia, “a grande questão hoje é combater as narrativas”, propõe o professor.

Ouça a entrevista completa:

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