Especialistas discutem prioridades do próximo presidente para o meio ambiente
Especialistas discutem possíveis prioridades do próximo presidente da República para o meio ambiente. Nesta quinta-feira (18), representantes de entidades ligadas ao setor discutiram dados do relatório “Aquecimento Global de 1 e meio grau Celsius”.
O documento foi elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. O estudo alerta para os problemas causados pelas atividades humanas que podem influenciar no curto prazo a realidade dos países.
A pesquisadora Patrícia Pinho, da Universidade de Estocolmo, apontou os setores sociais que são atingidos pelo aumento da temperatura: “mesmo a um grau e meio de aquecimento global traria riscos para erradicação de pobreza e redução de desigualdade. O aquecimento global exacerba essas diferenças”.
Patricia Pinho destacou que, diante das mudanças climáticas, o próximo presidente precisa apoiar políticas de proteção social e redução de pobreza.
Para o biólogo da Universidade de São Paulo, Marcos Buckeridge, é possível reduzir a emissão de gases do efeito estufa sem atingir a produção de alimentos: “se mudar as tecnologias que uso para fazer agricultura, integrá-la mais às florestas, com isso a gente pode ir no sentido de diminuir a emissão de gases de efeito estufa”.
Marcos Buckeridge ressaltou que quanto mais o país demorar para investir em tecnologias de redução de danos climáticos, maior será o gasto no futuro.
A vice-presidente do IPCC e pesquisadora do INPE, Thelma Krug, criticou os discursos simplistas sobre a manutenção da Amazônia: “tem uma visão muito simplista, mal-assessorada”.
Para Thelma Krug, se o Brasil continuar no caminho que está, não haverá mercado e florestas no país.
Segundo o relatório do IPCC, o aquecimento traria graves prejuízos à pecuária, à segurança alimentar, à saúde e ao abastecimento e à economia já em 2030.
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*Informações do repórter Matheus Meirelles
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