Especialistas em segurança divergem sobre declaração de comandante do Exército
A opinião de especialistas em segurança pública se divide sobre a declaração dada pelo comandante do exército, o General Eduardo Villas Bôas, ao Jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição dessa segunda-feira.
Nela, o general disse que a atuação frequente das Forças Armadas na segurança pública dos Estados preocupa o comando do Exército pela possibilidade de infiltração do crime organizado nas tropas.
Para contextualizar o receio dele, o general chegou a admitir que isso já aconteceu no Rio de Janeiro. Segundo o comandante, por sorte foi por membros de nível hierárquico baixo e, por isso, acabou sendo um caso pontual, – que já está resolvido. Mas a preocupação é permanente.
O professor da Fundação Getúlio Vargas, Rafael Alcadipani, especialista em Segurança Pública, concordou com o uso restrito das Forças Armadas apenas em casos extremos: “eu acho que o comandante tem toda razão na hora que fez essa ponderação porque já vimos casos assim”.
O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, do Rio de Janeiro, explicou que só quando melhorarem as condições de treinamento e acompanhamento de quem entra no serviço militar e nas polícias vai ser possível evitar que alguém seja corrompido.
Mas discordou do general Villas Bôas, e defendeu o uso das Forças Armadas em alguns casos pelos Estados.
Na mesma entrevista, o comandante do Exército também mencionou preocupação com a proximidade das eleições porque os governos, não querendo sofrer desgastes políticos com a população, por comodidade solicitam intervenção federal.
*Informações do repórter Caio Rocha
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