“Estado quando mata, ainda mata pelas costas”, diz mãe de menino morto em ação policial na Maré
A mãe do estudante baleado durante uma operação da Polícia no Rio de Janeiro disse que a intervenção federal foi responsável pela morte do filho.
Durante a Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, Bruna Silva pediu ajuda aos presentes para cobrar respostas das autoridades do Rio de Janeiro. No pronunciamento, a mãe do estudante Marcus Vinícius relatou a situação dramática no Complexo da Maré e criticou a atuação da Polícia na comunidade.
“Eu nunca pensei na minha vida que o Estado iria assassinar meu filho. Eu falo isso, porque foi a palavra que meu filho falou para mim. ‘Mãe, o blindado me deu um tiro. Eles não me viram com roupa de escola, mãe?’”, relatou.
O deputado Chico Alencar leu o relatório da polícia durante a comissão e o classificou como patético: “o relatório da Polícia Civil na intervenção, para melhorá-la, é impressionante o desprezo pela vida humana. Considerar exitosa uma operação que leva um menino à morte é algo absurdo, deplorável”.
Durante o discurso na Comissão, Bruna Silva disse que não luta somente pelo caso do filho. A mãe de Marcus Vinícius citou outras pessoas que morreram baleadas pela polícia e disse que o Estado mata pelas costas. “Está morrendo muita criança, muitos jovens. Maria Eduarda tomou quatro tiros nas costas. Jeremias tomou outro tiro. Meu filho, tiro pelas costas. O Estado quando mata, ainda mata pelas costas”, disse.
Marcus Vinícius da Silva voltava da escola no dia 20 de julho quando foi baleado nas costas durante uma Operação no Complexo da Maré. O estudante passou por uma cirurgia na qual perdeu o baço, um rim e tomou pontos no estômago. Ele passaria por uma segunda cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no mesmo dia.
*Informações da repórter Nanny Cox
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