Estudantes da Etec Basilides, em São Paulo, protestam contra risco no corte da alimentação

Alunos também pedem reformas nas edificações e solicitam a contratação de mais professores

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2022 13h17 - Atualizado em 08/06/2022 13h20
André Luis Ferreira/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 14/10/2021 Um aluno de costas, de camisa cinza, lápis na mão direita e o caderno ao lado, e outro de camiseta azul clara e máscara preta, do outro lado da mesa Estudante conta que o cronograma do ano letivo é prejudicado pelos problemas

Os alunos da Etec Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, protestam contra o risco de corte de merenda para os matriculados. Além disso, eles mostram a necessidade de reformas nas edificações e solicitam a contratação de mais professores, alegando intensa rotatividade. No local, muitos estudantes fazem o curso técnico e o ensino médico juntos. Uma das organizadoras da mobilização, realizada junto com a União Municipal dos Estudantes Secundaristas, indica que a situação está difícil para quem pretende estudar. “O nosso problema maior é que a gente precisa lutar para que todos os estudantes tenham direito a se alimentar na escola, tanto almoço, quanto jantar, por ter os três períodos. Só estudantes de período integral podem se alimentar por enquanto, mas a gente conseguiu uma via de comunicação com o Centro Paula Souza e eles nos falaram que as licitações já estão encaminhadas, obras também para ter cozinha nas escolas, em todos Etecs, essa é a meta para que a comida seja fornecida para todos os alunos.

A mãe da aluna, turismóloga Isabela Cristina Sanches, disse que por quase dois anos a menina fez o curso de forma online, durante a pandemia. No entanto, após a volta presencial as condições não são adequadas. “Faltando água. Segunda e terça-feira não teve água na escola, então não tem almoço. O aluno que não traz, como fica? Muitos pais, em grupos que temos, não têm condição de ficar comprando alimentação. E aí a escola não proporciona isso, como faz? A Escola Basilides Godoy não tem uma cozinha própria, teria que ter para servir as refeições. Então é muita coisa que a gente tem que olhar, parar, repensar se vai continuar sem educação no Brasil.” Os alunos denunciam que a parte estrutural da ideia apresenta uma série de problemas. Uma aula chegou a ser suspensa porque choveu dentro da classe. Uma estudante do curso de desenvolvimento de sistemas disse que o cronograma do ano letivo é prejudicado pelos problemas.

“Acaba chovendo dentro das salas de aula, nos corredores, o que prejudica muito e até a gente fica sem aula, por causa disso. Já aconteceu esse ano algumas vezes de termos dois dias sem aula por causa das chuvas que foram muito fortes”, afirmou à Jovem Pan News. O Centro Paula Souza, responsável pela administração das Etecs, afirmou que há um processo para contratação de professores temporários. A instituição ressalta que está tomando as medidas necessárias para que todas unidades de ensino sejam equipadas para oferecer refeições. Das 224 unidades, 75% servem almoço e jantar para todos os alunos. Para os 25% restantes, há uma licitação com objetivo de contratar uma empresa para fornecimento de alimentação completa aos matriculados. A previsão é que todas as escolas forneçam refeição aos alunos no segundo semestre deste ano.

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