Estudo do IBGE expõe tamanho do envelhecimento populacional nos próximos anos

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2018 06h49 - Atualizado em 26/07/2018 09h11
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ANPR ANPR Segundo IBGE, em 2039, o número de idosos com mais de 65 anos vai superar o de crianças de até 14 anos

Daqui 21 anos, o Brasil terá mais idosos do que crianças. O dado faz parte do estudo “Projeção da População Brasileira”, divulgado, na última quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito com dados envolvendo as 27 unidades da federação, criando panoramas até o ano de 2060.

A pesquisa mostra que em 2039, o número de idosos com mais de 65 anos vai superar o de crianças de até 14 anos, acelerando o envelhecimento da população.

Leila Ervatti, demógrafa do IBGE, explica de que forma o envelhecimento da população foi identificado. “Estamos vivendo mais, de acordo com a esperança de avida, agora viver melhor depende de outros fatores. O que explica esse envelhecimento é a queda na taxa de fecundidade total. Essa queda é observada em todos os estados brasileiros”, disse.

Leila Ervatti aponta que o envelhecimento já ocorre em países da Europa, onde governos até estimulam a natalidade.

Para André Diz, professor de economia do IBMEC, o aumento no número de idosos pressiona ainda mais os serviços públicos. “Uma mudança significativa no perfil de gastos desses domicílios, com maior parte da renda destinadas a gastos da saúde. Uma compressão dessa renda, uma mudança no perfil desses gastos, tende a gerar maior pressão sobre os serviços públicos. Além de todo efeito sobre a questão previdenciária”, ressaltou.

Diz acredita que o envelhecimento vai afetar significativamente o desempenho da renda média domiciliar, variável fundamental para o bom desempenho da economia brasileira, já que o consumo das famílias representa mais de 60% do PIB.

Para o coordenador de Direito e Prática Previdenciária Pós-graduação do CERS, Ivan Kertzman, os dados do IBGE mostram que as normas previdenciárias atuais não contemplam as necessidades do país.

“As regras atuais da previdência social brasileira permitem que um brasileiro possa se aposentar após 30 anos de contribuição (mulheres) ou 35 anos (homens). Como a expectativa está alargando, essa pessoa vai viver mais do que 80 anos. O que significa que ela vai ficar mais tempo aposentada do que trabalhou em sua vida toda”, criticou.

Kertzman afirma que é preciso aprovar a reforma da Previdência para ajustar à realidade do envelhecimento da população. O estudo prevê que a população brasileira vai continuar a crescer até 2047, daqui 29 anos, chegando a cerca de 233 milhões e duzentas mil pessoas.

A partir de então, segundo o levantamento, o número de pessoas vai começar a cair, atingindo cerca de 228 milhões em 2060, recuando ao patamar previsto para 2034.

O IBGE ainda trás um dado importante com relação à eleição deste ano. O país terá um acréscimo de 4 milhões de pessoas com 16 anos ou mais, que estarão aptas a votar.

*Com informações do repórter Matheus Meirelles

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