Estudo revela que mulheres têm medo de perder emprego após voltarem de licença-maternidade
Virar mãe significa conhecer uma série de novos desafios: passar noites em claro, aprender a amamentar, reconhecer diferentes choros. Mas, no Brasil, ter um filho tem uma dificuldade adicional: o no medo de perder o emprego.
Um estudo feito pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas acompanhou quase 250 mil mulheres que tiveram filhos entre os anos de 2009 e 2013. Metade delas estavam fora do mercado de trabalho 12 meses após o começo da licença maternidade.
Elas têm entre 25 e 35 anos de idade. Em geral, são demitidas sem justa causa e os desligamentos começam, logo no primeiro mês em que termina a estabilidade prevista em lei.
Exatamente como aconteceu com a jornalista Carina Fernandes Jung. Antes de sair de licença, ela tinha até recebido uma promoção e havia se tornado chefe do setor que atuava. Um mês depois de voltar ao trabalho, ela foi dispensada.
Os níveis de escolaridade e de renda das mulheres também impactaram nos dados. Mulheres com maior escolaridade têm mais chance de permanecer no emprego.
Assim como aquelas que têm rendas mais elevadas e que podem delegar os cuidados com os filhos a uma terceira pessoa para retornar ao trabalho.
Por isso mesmo, entre as mulheres que foram forçadas a deixar seus empregos nem todas foram demitidas.
Muitas tiveram que pedir demissão por uma falta opção: elas não ttinham com quem deixar os filhos para seguir trabalhando.
Além dos óbvios impactos para a vida pessoal destas mulheres, estes dados, trazem consequências práticas para a economia do País.
A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho é bem mais baixa do que a dos homens, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, o PNAD.
Em 2015, cerca de 65% das mulheres com idade entre 25 e 44 anos estavam empregadas no País. Já entre os homens, este percentual era de 88%.
Agora, quando olhamos para estes números levando em conta a presença de filhos na família esta diferença fica ainda mais gritante.
O percentual de mulheres nesta faixa etária que estão empregadas e que têm um filho de até um ano de idade é de 41%. Já entre os homens com este mesmo perfil, a taxa de ocupação é de 92%.
*Informações da repórter Helen Braun
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