EUA diz ter destruído drone do Irã e impasse entre países deixa navios parados no Brasil
O governo dos Estados Unidos afirmou que militares norte-americanos destruíram um drone do Irã no Estreito de Ormuz. Já os líderes iranianos garantem não ter informação sobre a perda do equipamento.
De acordo com o presidente Donald Trump, o navio USS Boxer abateu o drone, que estava a quase um quilômetro de distância da embarcação. Segundo o presidente, tratava-se de uma ameaça e os controladores do equipamento não responderam aos sinais. Trump voltou a alertar que outros países devem proteger seus respectivos navios na região e pediu que a comunidade internacional condene o país do Oriente Médio.
Há quase um mês, o Irã derrubou um drone dos Estados Unidos. O governo iraniano alega que o aparelho invadiu o espaço aéreo da nação, o que os norte-americanos negaram. A ação quase levou a um conflito armado entre os dois países. Trump afirmou ter voltado atrás da ideia de atacar o Irã minutos antes de iniciar a ofensiva para evitar mortes.
O Estreito de Ormuz, onde houve ambos os incidentes com drones, é uma passagem importante na rota de petroleiros que saem do Oriente Médio. Na mesma área, no mês passado, um ataque a dois petroleiros acirrou a crise entre americanos e iranianos.
A destruição do drone ocorreu no mesmo dia em que o Irã anunciou a apreensão de um petroleiro estrangeiro acusado de contrabandear combustível no Golfo Pérsico. A carga à bordo era de um milhão de litros e o navio seria dos Emirados Árabes Unidos e teria desaparecido dos radares em águas territoriais iranianas.
A relação, que já não é positiva, piorou neste ano com a retomada do programa nuclear do Irã após o governo do republicano deixar o acordo firmado com Teerã sobre o enriquecimento de urânio.
Brasil
A guerra fria entre os dois países já resvala por aqui. Dois navios do Irã que trouxeram ureia ao Brasil e pretendiam retornar ao seu local de origem carregando milho brasileiro estão parados no porto de Paranaguá, no Paraná, desde o início de junho.
A embarcação tem dificuldades de obter combustível para a viagem devido às sanções dos Estados Unidos à república islâmica. A Petrobras está se recusando a vender o produto ao Irã por temer represálias se violar as regras norte-americanas.
O problema é que os iranianos são os maiores importadores de milho do Brasil e também estão entre os principais compradores de soja e carne bovina.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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