Europa estuda ‘corredores de viagens’ para garantir turismo interno ainda em 2020
O Brasil segue em destaque na Inglaterra com os veículos de mídia falando sobre o aumento exponencial de mortes no país. Já ultrapassamos a Itália no ranking macabro do coronavírus e ainda devemos subir mais uma posição em breve.
Aliás, coincidência nada trivial o fato de que os três países onde mais se morre por coronavírus sejam Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. Os três comandados por populistas irresponsáveis que minimizaram a gravidade do problema. Três líderes de visão tão curta quanto a capacidade deles de comandar uma reação ao maior desafio de saúde pública deste século.
Quando cheguei em Londres o Brasil comemorava o fato de ter ultrapassado a Grã Bretanha na lista das maiores economias do mundo. Hoje o Brasil se prepara para ultrapassar a Grã Bretanha, já nos próximos dias, na lista de países com maior número de mortes pela covid-19.
Enquanto isso, na Europa, onde se fez quarentena de verdade com coordenação e apoio financeiro dos governos centrais, a discussão agora é sobre como salvar a economia.
Os países do continente que enfrentam as maiores dificuldades no campo econômico não podem se dar ao luxo de ter um verão perdido e com o arrefecimento de casos por aqui a estratégia debatida é a da criação dos chamados “corredores de viagens”.
O grande problema é que o Reino Unido tem uma taxa de contaminação e mortes por coronavírus muito elevada. O governo daqui decretou uma quarentena de 14 dias para qualquer um que entre no país neste momento e, na prática, isso inviabiliza as viagens de verão dos britânicos nesta temporada.
O efeito cascata será sentido em países como Grécia, Portugal, Espanha e Turquia, porque os britânicos estão entre os que mais viajam pelo continente aproveitando a moeda forte e os custos baixos para deixar o país. Só a Turquia, por exemplo, recebeu 2,6 milhões de britânicos no ano passado.
O governo de Ancara negocia um acordo especial com Londres para criar uma liberação de viagens entre os dois lados. O que está sendo debatido é uma espécie de corredor abrindo exceções para esses destinos que são muito procurados pelos britânicos e que têm taxas menores de contaminação por coronavírus.
Portugal também tenta entrar nesta ponte área — o país recebeu 3s milhões de britânicos no ano passado e depende muito das libras esterlinas. Liberar o turismo também é importante para o Reino Unido porque ajudaria a resgatar as companhias aéreas e os aeroportos do país, que hoje estão praticamente inutilizados.
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