Europa perde a confiança nos EUA

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 11/05/2018 11h36 - Atualizado em 11/05/2018 11h41
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EFE/ Ronald Wittek Chanceler alemã Angela Merkel (de rosa)e presidente francês Emmanuel Macron (centro) durante encontro em Aachen, na Alemanha, nesta quinta (10)

A União Europeia perdeu a confiança nos Estados Unidos e vai ter que elevar seus esforços diplomáticos ao redor do mundo.

A conclusão não é minha. É da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel Macron.

Os dois se encontraram ontem em Aachen, na Alemanha, onde o chefe do Eliseu foi homenageado.

Ambos usaram palavras duras ao descrever mais uma decisão unilateral de Washington que antagoniza com os interesses europeus.

Para Merkel, “existem conflitos às portas da Europa e foi-se o tempo em que era possível confiar nos Estados Unidos”.

Macron foi ainda mais incisivo: “algumas potências decidiram não cumprir com a sua palavra. Estamos diante de grandes ameaças e a Europa tem o dever de manter a paz e a estabilidade na região.”

O fim da participação americana no acordo de Teerã foi um tapa na cara dos líderes do europeu, que praticamente imploraram para que Trump não fizesse isso.

Até porque as empresas do bloco que negociam com o país persa estão agora ameaçadas de sanção por parte do governo americano.

Mas, além disso, o risco de uma guerra entre Irã e Israel no Oriente Médio, que teria consequências quase imprevisíveis, cresceu muito.

O preço do petróleo em alta, por exemplo, acaba virando até um ponto fugaz diante da complexidade que um conflito entre os dois país pode trazer para o mundo.

Merkel acredita que a Europa não pode mais confiar nos Estados Unidos e deve tomar seu destino pelas próprias mãos.

A questão é que talvez o momento para isso tenha passado, já que nem Merkel nem a União Europeia têm o mesmo poder de tempos atrás.

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