Europa reage às novas regras de imigração do Reino Unido: ‘boa sorte, Grã Bretanha’

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 20/02/2020 07h56 - Atualizado em 20/02/2020 10h05
EFE O jornal Corriere della Sera, da Itália, escreve nesta quinta (20) que os britânicos decidiram voltar para a realidade da década de 1960

A reação dos países europeus às novas regras de imigração do Reino Unido anunciadas na quarta-feira (19) não foram muito positivas. A partir de agora os britânicos só vão aceitar trabalhadores qualificados que cheguem lá com emprego, fluentes em inglês e de preferência em áreas de profissionais que sofrem com falta de mão de obra.

O jornal Corriere della Sera, da Itália, escreve nesta quinta (20) que os britânicos decidiram voltar para a realidade da década de 1960 como se décadas e décadas de convívio com os europeus não valessem nada.

Para milhões de crianças italianas e europeias que experimentaram Londres nos últimos anos — a metrópole mais vital da Europa, também graças a elas — tudo mudará em dez meses. O jornal lembra que a imigração europeia substituiu a imigração do império e que essa troca foi positiva para os dois lados.

Londres se transformou em uma escola de treinamento da Europa onde jovens de toda parte chegavam para aceitar um emprego que paga pouco, mas que oferece a oportunidade de se aperfeiçoar na língua universal e de ter um primeiro contato com o mercado de trabalho. Isso vai acabar em janeiro de 2021 e será uma perda muito grande não só para os europeus, mas também para a própria capital britânica.

Substituir essa mão de obra não será tão barato — sobretudo com trabalhadores ingleses que não demonstram nem de longe a mesma disposição dos estrangeiros. Talvez por isso o artigo do Corriere termina dizendo “boa sorte, Grã Bretanha. Você vai precisar”.

Coronavírus

Outro destaque da Itália é a questão do coronavírus. Os italianos, de maneira geral, estão bastante preocupados. Em um voo que saiu da Inglaterra foi possível ver muita gente usando máscaras no avião.

No desembarque no aeroporto de Milão, todos os passageiros tiveram as temperaturas aferidas para tentar encontrar alguém com febre — três agentes de saúde medem a temperatura das pessoas que chegam no desembarque.

A Itália teve três casos de coronavírus registrados até o momento — o problema, no entanto, tem sido o número crescente de ataques xenofóbicos contra chineses. Imigrantes e turistas do país têm sido alvos de ofensas e preconceito uma vez que a maior nação asiática é o principal foco da doença.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.