Europa tenta se acostumar com o ‘novo normal’ após retomar atividades

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 12/05/2020 09h22 - Atualizado em 12/05/2020 09h27
EFE/ Fernando Villar No Reino Unido, retomada da atividade econômica é aguardada ansiosamente pelo governo

O novo normal na Europa vai começando a ganhar forma a medida que os governos estão abrindo suas economias novamente. O pior da pandemia do novo coronavírus, dizem as autoridades locais, já ficou para trás. Mas o medo da segunda onda de contaminações é grande.

O prefeito de Londres, por exemplo, já anunciou que o metrô da cidade será apenas uma vaga lembrança do que era antes. Com a liberação do trabalho na cidade para quem não pode ficar em casa, o sistema de transporte prepara ações drásticas para evitar aglomerações.

A ideia é que o sistema, o segundo mais extenso do planeta, opere apenas com algo entre 13 e 15% de sua capacidade. Somente com este nível de redução será possível manter a distância mínima de dois metros entre passageiros, que é a recomendação do governo.

Ainda não está claro como o controle será realizado, mas desde ontem as grandes estações passaram a ter mais agentes nas plataformas. Algumas também já estão operando com apenas uma entrada e uma saída para diminuir o fluxo de pessoas.

Ao liberar o retorno ao trabalho, o primeiro-ministro Boris Johnson pediu que as pessoas evitem o transporte público. Isso é algo bastante complicado, sobretudo aqui em Londres, onde andar de carro é caro e quase inviável para quem vai ao centro.

Os custos envolvem o pedágio urbano de 11,5 libras para entrar no centro, fora o preço proibitivo para estacionar. A única vantagem para motoristas no momento é que o preço do combustível despencou por aqui, seguindo a cotação do petróleo. Um litro de gasolina está sendo vendido a 99 centavos de libra – primeira vez em 4 anos que a marca é alcançada.

Grandes redes de alimentação como Burger King e Starbucks anunciaram que vão reabrir suas lojas aqui na Inglaterra, mas apenas para vender produtos para viagem – o consumo nas lojas vai continuar proibido por enquanto.

As grandes indústrias também estão começando a retomar suas plantas depois do anúncio do governo. As montadores Bentley e Toyota retomam suas linhas nesta semana, mas também parcialmente e com restrições para os funcionários.

A retomada da atividade econômica é aguardada ansiosamente pelo governo, que está bancando os salários de seis milhões de britânicos. Inclusive, o esquema para proteger renda e empregos foi revisto e estendido até o fim de outubro.

O problema é o custo bastante elevado — os cofres públicos estão gastando 14 bilhões de libras por mês, ou cerca de R$ 100 bilhões, com o esquema criado para evitar o desemprego em massa.

Ou seja, foi um tiro de canhão do governo conservador nesta crise. A dúvida é se ainda existe mais munição para manter o esquema.

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