Evasão escolar no pós-pandemia preocupa educadores

Desinteresse e a necessidade de ajudar a família aparecem como motivos para o abandono dos estudos

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2022 12h15
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Pixabay / klimkin Crianças estudando em casa durante a pandemia Especialistas alertam que atacar problemas sociais e garantir renda para as famílias mais pobres está entre as medidas necessárias para evitar a exclusão e a evasão escolar

A evasão escolar no pós-pandemia preocupa educadores, que temem um abismo na aprendizagem. Ainda não existe um número oficial a respeito da ausência dos alunos, mas os fatores são diversos. De acordo com especialistas, o desinteresse e a necessidade de ajudar a família aparecem como motivos para o abandono dos estudos. Em entrevista à Jovem Pan News, a ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação e diretora do Instituto Reúna, Kátia Smole, declarou estar preocupada com este cenário: “Temos previsões de que há muitos adolescentes e jovens que não retornaram para as escolas. Nós também temos dados, que são muito diferentes do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e que mostram evasão. Em períodos de grande distanciamento da escola, como por exemplo uma greve prolongada, você já tem uma tendência dos adolescentes, especialmente os adolescentes nesta faixa acima dos 13 anos, saírem da escola. Muitos jovens que optaram por não voltar no ano passado pensando em voltar em outro momento. Eu conversava com alguns secretários e secretárias de Educação que estão muito preocupados com a quantidade de jovens, especialmente na idade do Ensino Médio, buscando um curso de Educação de Jovens e Adultos”.

A professora citou ainda a desigualdade do acesso à internet, que se revelou ainda mais acentuada durante a pandemia. A ex-secretária de Educação Básica do MEC avaliou que superar tal defasagem deveria ser um esforço de todas as esferas de governo. “Língua Portuguesa e Matemática tiveram quedas muito acentuadas, não vai ser uma tarefa para poucos. Não adianta ficar brigando sobre qual o modelo melhor de alfabetização. A questão é a gente juntar os melhores esforços para fazer uma alfabetização ordenada, ajustar os projetos do Governo Federal, Estados e municípios, juntar a força dos parlamentares, que também têm que assumir muito a responsabilidade que eles têm por uma educação melhor, até chegar nas famílias e nas comunidades”.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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