Ex-corregedor da Fazenda paulista acusado de fraudes tinha patrimônio estimado em R$ 10 milhões

Divulgação MP-SP realiza as investigações e afirma que ex-corregedor usou empresas de fachada para lavar dinheiro

O Ministério Público de São Paulo afirma que o ex-corregedor da Secretaria da Fazenda do Estado, Marcos Vinícius Vannucchi, lavou dinheiro de propina por meio de seis empresas de fachada. Segundo o MP, as empresas estavam no nome de familiares do ex-servidor, como a mãe, a ex-esposa e um dos filhos

Marcos Vinícius ainda teria adquirido mais de 60 imóveis com dinheiro ilícito e teve injustificável aumento de patrimônio após assumir o cargo de corregedor do estado. Os promotores calculam que ele teria acumulado algo em torno de R$ 10 milhões.

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, o ex-corregedor recebia propina em troca do arquivamento de processos administrativos contra fiscais investigados pela Corregedoria, suspeitos de enriquecimento ilícito.

“Existiam os agentes corruptos em relação aos agentes fiscais corrompendo empresas, mas alguns deles com algumas circunstâncias às vezes declarada por alguém, mas que ensejou a instauração de algum procedimento na corregedoria e esse procedimento também foi arquivado supostamente por corrupção”, explicou Mendroni.

A maior parte dos bens adquiridos ilegalmente pelo ex-corregedor estavam em nome da ex-esposa, de quem Vanucchi se separou na mesma época em que assumiu o cargo de corregedor do estado, em 2016.

Segundo os promotores e a delegada que investiga o caso, no entanto, a separação pode ter sido uma fraude para esconder o patrimônio adquirido, já que os dois viviam juntos e viajaram duas vezes para o exterior.

Marcos Vinícius Vannucchi ficará preso temporariamente por pelo menos cinco dias. Os promotores, no entanto, acreditam que esse período pode se estender.

O Ministério Público ainda vai investigar fiscais da Corregedoria que tiveram seus processos arquivados por Vanucchi e outros funcionários que podem ter relação com o esquema de corrupção

O promotor Felipe Bertolli afirma que buscas e apreensões foram inclusive feitas no próprio prédio da Corregedoria.

“É sintomático e extremamente grave esta situação porque se o próprio órgão de fiscalização está corrompido, como nós vamos prosseguir nas investigações em relação às pessoas que estão todas abaixo dele?”, declarou Bertolli.

Marcos Vinícius Vannucchi foi exonerado do cargo no sábado, antes mesmo de ter a prisão decretada nesta quinta-feira (6). Mais cedo o governador João Doria afirmou que afirmou que qualquer funcionário que utilizar de suas funções para benefícios pessoais será punido pelo estado e pela lei.

*Com informações da repórter Victoria Abel