Ex-moradores de edifício que desabou no centro de SP ainda enfrentam as consequências

  • Por Jovem Pan
  • 02/07/2018 06h37 - Atualizado em 02/07/2018 08h23
  • BlueSky
Rovena Rosa/Agência Brasil Os laudos sobre as causas do incêndio, o motivo do desabamento e a identificação de todos os materiais humanos coletados ainda não foram concluídos

Sessenta e dois dias após o desabamento no centro de São Paulo, completados neste domingo (1º), os ex-moradores do edifício Wilton Paes de Almeida ainda enfrentam as consequências da tragédia.

Os laudos sobre as causas do incêndio, o motivo do desabamento e a identificação de todos os materiais humanos coletados ainda não foram concluídos.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marco Antônio Paula Santos, a Polícia já trabalha com uma posição, mas precisa aguardar os resultados, que devem ser liberados em breve. Ele afirmou que, neste momento, é necessário ter provas que demonstrem a conduta dos envolvidos.

Dois meses depois da tragédia, muitas famílias continuam morando aqui em barracas no Largo do Paissandú. Algumas pessoas já receberam o auxílio-moradia e conseguiram sair, mas muitas continuam esperando.

Graças a Deus já fui chjamada, vou pegar minhas coisas e espero que outros também sejam chamados”, disse a manicure Kellyane Mendes Costa, outra moradora do prédio que desabou.

O auxílio-moradia dela foi liberado na semana passada, e nesta terça ela já pode retirar os R$ 400 oferecidos pela Prefeitura.

Diferentemente da Kelly, tem gente que recebeu o benefício, mas afirmou que só vai levantar acampamento depois que os outros também conseguirem. Mas todos reclamam da maneira como a prefeitura vem lidando com a questão do acampamento.

O promotor de vendas Marcos Lopes disse que a demora para receber o dinheiro é negligência do poder público.

Antes do desabamento, a Secretaria Municipal de Habitação havia cadastrado 171 famílias que viviam no edifício Wilton Paes de Almeida. O governo se concentrou no atendimento dessas pessoas nas três primeiras semanas.

Como a ocupação era caracterizada por moradias transitórias, além dos cadastrados, a Secretaria entendeu que outras pessoas também teriam direito ao atendimento e um novo cadastro foi feito, levando ao número total de 265 famílias.

O secretário de Habitação de São Paulo, Fernando Chucre, informou à reportagem que aqueles que receberam o benefício e continuam morando no local serão cortados dos pagamentos.

No último sábado, dia 29 de junho, a Prefeitura comunicou as últimas famílias na praça sobre o saque do benefício e orientou quem não tinha direito a procurar centros de acolhida. No começo de junho, uma decisão judicial determinou que não é responsabilidade do poder público arrumar moradia definitiva para todos que estão acampados no Largo do Paissandú.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.