Ex-presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos critica trocas feitas por Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2019 09h17 - Atualizado em 02/08/2019 10h16
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Alan Santos/PR Presidente disse que trocas aconteceram porque governo, agora, é "de direita"

Demitida do cargo nesta quinta-feira (1) ao lado de outros três colegas, a ex-presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), Eugênia Gonzaga, disse que não gostou da falta de provas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e criticou as novas nomeações. Segundo ela, os novos nomes não farão o trabalho atribuído corretamente por não concordarem com a comissão.

“Eu lamento muito, não esperava que houvesse uma decisão desse tipo, principalmente diante da postura que eu venho assumindo, mas eu lamento porque finalmente as famílias tinham encontrado na comissão, com essa composição, com essa equipe, agradeço a equipe que dá apoio em Brasília, a coordenação geral que hoje nos garante a estrutura de funcionamento… Pessoas extremamente competentes, dedicadas. Então finalmente os familiares tinham encontrado, de novo, um espaço de acolhimento, um espaço de representação dentro do Estado brasileiro, e não dentro de um governo ou de outro”, lamentou.

“Essa nomeação de pessoas que são contrárias ao tema é como se, por exemplo, tem ali uma lei que me manda fazer tal coisa, eu nomeio alguém que não vai fazer. Então já que eu não posso derrubar essa lei, eu frusto de outra maneira os objetivos”, continuou Gonzaga.

A procuradora disse, ainda, que troca de membros da comissão não estava prevista, mas depois dos últimos acontecimentos, imaginava que isto iria acontecer a qualquer momento. “Essa destituição foi, sim, uma resposta às nossas manifestações defendendo os direitos da família Santa Cruz e de todos os familiares e ex-integrantes dos movimentos de resistência, porque entendemos que ali foi praticada uma lesão muito grave em relação a esse tema”, disse.

Nesta quinta (1), o afirmou que as trocas de integrantes na Comissão sobre mortos e desaparecidos políticos ocorreram porque agora “é a direita que está no poder”.  O novo presidente da comissão será Marco Vinicius Pereira de Carvalho, do diretório do PSL em Taió, Santa Catarina, e assessor especial da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.

*Com informações do repórter Victor Moraes 

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