Ex-procuradora-geral venezuelana promete provar ligação de Maduro com a Odebrecht

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2017 07h50 - Atualizado em 24/08/2017 11h54
EFE Luisa Ortega era aliada do regime chavista, mas passou a investigar os casos de corrupção e, então, foi destituída do cargo

A ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, prometeu apresentar provas do envolvimento de Nicolas Maduro com o esquema de corrupção da Odebrecht. Ela afirmou que integrantes do alto escalão do governo chavista teriam recebido propina da construtora brasileira.

Nesta quarta-feira (23), Luisa Ortega esteve em Brasília e se reuniu com representantes dos Ministérios Públicos de outros países sul-americanos. Ela se encontrou com o procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, e deu detalhes sobre os crimes cometidos na Venezuela.

Luisa Ortega era aliada do regime chavista, mas passou a investigar os casos de corrupção e, então, foi destituída do cargo.

Segundo ela, a Assembleia Constituinte se tornou um tribunal de inquisição, com poderes para perseguir e punir qualquer pessoa. A ex-procuradora-geral afirma que o “Direito morreu na Venezuela”. Ela disse que a estabilidade da região está ameaçada e alertou para o risco de que a crise se espalhe pelo continente. Lembrou, ainda, que a situação é especialmente grave, porque envolve a corrupção. Luisa Ortega garantiu que tudo o que aconteceu com ela está relacionado ao combate à corrupção, iniciado na Venezuela.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifestou apoio à colega venezuelana.

Ele chamou de “ditadura” o governo de Nicolás Maduro e disse que o mundo assiste a um estupro institucional: “com a destituição consumada, o grupo de chefes dos ministérios públicos do Mercosul se uniu novamente, mas desta vez com voz mais forte. Assistimos a um estupro institucional do MP venezuelano”.

Rodrigo Janot deve receber, nos próximos dias, os documentos que foram reunidos por Luisa Ortega, antes de ser destituída. A ex-procuradora-geral teve que deixar a Venezuela e foi para a Colômbia, onde recebeu uma oferta de asilo do presidente Juan Manoel Santos.

*Informações do repórter Vitor Brown

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