Expectativa de juros elevados em 2023 preocupa empresários
Banco Central deve analisar ainda em dezembro se manterá a Selic em 13,75%, maior patamar desde janeiro de 2017
A perspectiva da manutenção de juros em alta no próximo ano preocupa empresários pelo impacto direto nos investimentos no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve em 25 de outubro a taxa básica em 13,75%. O mercado avalia que o risco fiscal adia o movimento de queda e não descarta até um futuro aumento da Selic. Em entrevista á Jovem Pan News, o presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimac), José Veloso, afirmou que, após dois anos positivos, a indústria de bens de capital deve retrair a atividade econômica: “Nós não estamos esperando um grande crescimento da indústria. Estamos com um número de crescimento da indústria entorno de 0,5%, o PIB deve crescer acima de 1,5%, até 1.8%, em função da ajuda emergencial, os R$ 175 bilhões na economia já dão uma puxada no PIB, queda da inflação e o aumento das pessoas empregadas. Esse aumento de renda vai dar uma puxada no PIB”.
“No entanto, no investimento e na indústria a gente ainda está um pouco pessimista. Imaginamos que a indústria como um todo não deve crescer mais de 0,5% e a indústria de máquinas e equipamentos deve andar de lado no ano de 2023, até porque os juros são muito altos e quem faz investimentos quer um juros competitivo compatível com o retorno que o investimento vai trazer para a empresa”, explicou. O Copom do Banco Central deve analisar ainda em dezembro se manterá a Selic em 13,75%, a maior aposta é justamente pela manutenção. Este é o maior patamar desde janeiro de 2017, após doze altas consecutivas.
Veloso também ressaltou que é unânime para a indústria e para o próprio país a urgência das reformas estruturais na agenda do futuro governo: “Nós vamos continuar defendendo as reformas. Nós tivemos no governo Temer a reforma trabalhista, neste governo que está se encerrando a reforma da previdência. Mas a gente acredita que precisamos da reforma tributária. Nós precisamos desonerar os investimentos e as exportações, ter um sistema mais simples. Também precisamos da reforma administrativa. O Estado precisa diminuir de tamanho, seja nos executivos, federal, estadual e municipal, no legislativo e também no judiciário. A gente defende uma reforma administrativa que diminua o peso do Estado para os brasileiros e empresários”.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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