FAESP mantém tratoraço contra aumento do ICMS mesmo após recuo de Doria

Vice-presidente da Federação, Tirso Meirelles destacou que o ato está mantido como alerta e que é antipolítico

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2021 09h15
SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE Tirso destacou que, durante a pandemia, a culpa da alta do preço do arroz foi colocada nos produtores

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, Tirso Meirelles, afirmou que não existe frente parlamentar da agricultura em São Paulo. “Há 30 anos, a Câmara criou a Frente Parlamentar da Agricultura e ela trabalha muito bem. Já a nossa Alesp tinha assinatura de 74 deputados pró-agricultura e, quando fomos ver, praticamente todos votaram a favor do aumento do ICMS. Eles não honraram a promessa de segurar imposto, deram carta branca. Toda lei precisa passar por Assembleia e não teve discussão. Eles não sabiam que problemas isso ia trazer em uma pandemia“, disse.

O grupo organizou um “tratoraço” para essa quinta-feira, 7, em 250 cidades — mesmo após o governador do Estado, João Doria, recuar e suspender o aumento do ICMS para medicamentos genéricos e alimentos. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Meirelles destacou que o ato está mantido como alerta e que ele não tem nenhuma ligação política. “Nosso movimento é pacífico e antipolítico, puro da classe. E estamos fazendo um movimento ordenado. Conversamos com a Polícia Militar em todas as cidades, não vamos fechar rodovias. Nós vamos trabalhar na cidade, vamos informar a população sobre o aumento. É um ato cívico para orientar e mostrar o quanto seria caro o alimento que ele iria adquirir.”

Tirso destacou que, durante a pandemia, a culpa da alta do preço do arroz foi colocada nos produtores. “Houve uma especulação, mas não do setor produtivo. Por levar isso nas costas, decidimos fazendo um movimento pacífico. Não podemos aumentar impostos. Se precisa reestruturar, que isso aconteça de forma administrativa”, disse. De acordo com ele, já são quatro meses de negociação com o governo. “O pior de tudo é que temos o aumento cascata. A energia elétrica sairia de 0 para 13,6%. Outros insumos, de 0 para 4,14%, assim como leite pasteurizado e o hortifrutigranjeiro. Você mexe na cadeia produtiva como um todo.” Segundo Meirelles, o aumento estrangularia o produtor rural — principalmente o pequeno e médio, que representam 80% do Estado.

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