Falta de profissionais é tão grave quanto de respiradores, diz diretor do Sírio-Libanês

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2020 06h42 - Atualizado em 15/05/2020 07h24
EFE/EPA/KATIA CHRISTODOULOU Para ele, diante do avanço da Covid-19, é impossível falar em retomada das atividades nesse momento

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, avalia que o fim do isolamento social deve ser discutido e organizado entre governo e estados. Em debate com profissionais da saúde na quinta-feira (14), ele mandou recado indireto a Jair Bolsonaro que defende a retomada imediata das atividades.

Na avaliação do parlamentar, a saída da crise não pode impactar negativamente a sociedade. O presidente da Câmara demonstra preocupação com o avanço da Covid-19 e prega cautela.

“Nós devemos ter a capacidade de fazer debates como este, mas sempre respeitando o mais importante da nossa sociedade que são as nossas vidas, as vidas dos brasileiros.”

Ao ouvir os profissionais de saúde, nesta quinta, Rodrigo Maia demonstrou preocupação com as cidades que não têm leitos de UTI. Entretanto, segundo o diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, Paulo Chapchap, a crise na saúde vai além da falta de leitos.

“Nós dissemos aqui, ampliar o número de leitos de UTI, ampliar o número de ventiladores, mas nós esquecemos que não é possível ampliar o número de equipes, não é possível na mesma proporção. O Rio de Janeiro precisa de mais 1.500 ventiladores e pra operar os ventiladores? E as equipes? Essa é a importância da persistência do isolamento social.”

Para ele, diante do avanço da Covid-19, é impossível falar em retomada das atividades nesse momento.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, reforça o coro e argumenta que evitar o contato social preserva vidas. “O importante, neste momento, é a integração das medidas”, afirma Nísia, que acrescenta que qualquer medida para afrouxar o isolamento social tem de ser coordenada e feita com cautela.

Já o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, ressalta que os gastos com a questão sanitária reabrem debates no Brasil. Questionado sobre as projeções para o pós-pandemia, Armínio Fraga aponta que as relações trabalhistas vão sofrer grandes modificações.

O ex-presidente do Banco Central acha que reformas já aprovadas, como a da previdência, terão de ser revisadas, após a pandemia.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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