Faltando poucos dias para efetivação do Brexit, europeus tentam últimas cartadas

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 07/03/2019 09h04
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EFE EFE Autoridades do bloco deram ultimato aos britânicos pedindo que eles apresentem novas propostas nas próximas 48 horas

Faltando pouco mais de 20 dias para a efetivação do Brexit, os europeus ainda tentam alguma última cartada para salvar a lavoura. Autoridades do bloco deram ultimato aos britânicos pedindo que eles apresentem novas propostas nas próximas 48 horas.

Os europeus estão dispostos a trabalhar inclusive neste final de semana, caso o governo de Theresa May apareça com algo razoável. A correria impensável de última hora tem um motivo: a Câmara dos Comuns aqui em Londres vai votar de novo o acordo com a Europa na próxima terça-feira (12). E do jeito que está é líquido e certo que o texto será derrubado mais uma vez aumentando muito a chance de um divórcio desordenado.

Theresa May tenta criar dispositivos legais que impeçam o Reino Unido de seguir atrelado a União Europeia indefinidamente.

O acordo que ela mesma negociou abre essa possibilidade caso não haja um entendimento sobre a fronteira entre as Irlandas. Por isso o acordo atual é considerado inaceitável pela maior parte dos parlamentares britânicos.

A questão é que os europeus também não demonstram grande interesse em encontrar uma alternativa viável para a questão. E o impasse se coloca como algo intransponível tanto por aspectos técnicos, mas principalmente, políticos.

Se o ultimato europeu de hoje não der certo e o plantão de fim de semana for desnecessário em Bruxelas a próxima semana será caótica por aqui. May vai sofrer uma nova humilhação na terça-feira; na quarta os parlamentares vão decidir sobre o Brexit sem acordo e na quinta haverá votação para prorrogar o prazo de separação.

Por enquanto essa parece a solução paliativa mais provável para o Brexit. Adiar o divórcio por alguns meses para negociar tudo outra vez. Mas aqui vale incorrer num aforismo surrado: a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.

Theresa May e os europeus vão ter que quebrar essa lógica. Se não nas próximas horas, possivelmente nos próximos meses.

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