Família de Moïse reclama a parlamentares sobre sigilo de investigação
Deputados e senadores pediram, em reunião com a Ordem dos Advogados do Brasil, Prefeitura e Ministério Público do Estado, que outros envolvidos no crime também sejam investigados
A família do congolês Moïse Kabagambe, que foi torturado até a morte, recebeu nesta segunda-feira, 14, as visitas das comissões de Direitos Humanos do Senado Federal e da Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro. Os parlamentares também se reuniram com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Prefeitura e Ministério Público do Estado. A pedido da família do africano, os políticos solicitaram que outras pessoas supostamente envolvidas no crime também sejam investigadas e que o inquérito deixe de ser sigiloso. “Eles não sabem nem quem são os demais envolvidos no assassinato, flagrados em vídeo. O próprio governador se mostrou contrário ao sigilo do inquérito”, disse o senador Humberto Costa (PT), no Twitter. Além disso, os parlamentares também vão pedir ao governo estadual proteção especial para a família do congolês, que cogita desistir de assumir a gestão dos quiosques Biruta e Tropicália por medo de retaliação.
Durante o encontro, os senadores e deputados pediram desculpas à família de Moïse. “Reforça muito a necessidade de aprofundarmos medidas e discussões sobre temas como a xenofobia. Trata-se de um estrangeiro. Não de um estrangeiro qualquer, um africano, então tem um tratamento diferenciado. A questão do racismo, porque é claramente um crime com conteúdo racista e também a questão da marginalização e criminalização da pobreza”, disse Humberto Costa. Sobre a publicação em que o presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, chama Moïse Kabagambe de vagabundo, a Defensoria Pública da União informou, nesta segunda-feira, 14, que vai mover uma ação em nome da família do africano contra Sergio Camargo e a própria instituição.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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