Farmacêutica Sanofi paralisa desenvolvimento de vacina para combater o vírus da zika
O combate ao vírus da zika sofreu um novo revés. Nesta quinta-feira (07), a empresa farmacêutica francesa Sanofi decidiu paralisar o programa para desenvolver uma vacina contra a doença.
A medida foi uma resposta aos cortes de financiamentos por parte do governo dos Estados Unidos. A “Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado”, uma divisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos norte-americano, informou que decidiu se concentrar em um conjunto “mais limitado de metas e entregas”, e que devido ao declínio no índice de infecções nos últimos meses, iria reduzir o financiamento.
O acordo, assinado em 2016, previa o fornecimento de 43,2 milhões de dólares para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da zika.
Para o infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, a queda no financiamento e o desenvolvimento da doença pesaram na decisão da Sanofi: “acreditavam que para a zika eles tivessem um tempo de estudo muito mais rápido, mas se percebeu que a vacina ainda teria chances de demorar e o custo não seria aquele custo preliminar. Então, fruto disso, fez então com que a empresa repensasse”.
O infectologista Jean Gorinchteyn destacou que se perde uma oportunidade de se ter uma vacina com características diferentes, já que poderia ser aplicada até em mulheres grávidas, o que reduziria a chance de desenvolvimento de anomalias cerebrais em recém-nascidos.
Em novembro, a Organização Mundial da Saúde retirou do vírus da zika o status de “emergência global da saúde pública”.
Ainda de acordo com a OMS, nenhum tipo de vacina contra a doença deve estar disponível para mulheres em idade fértil antes de 2020.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.