‘Fatiar reforma da Previdência não resolve o problema’, diz ministro da Fazenda
Em vias de deixar o cargo de ministro da Fazenda, Eduardo Guardia voltou a ressaltar a necessidade da reforma da Previdência ser aprovada já no início de 2019 pelo futuro Governo de Jair Bolsonaro.
Eduardo Guardia atentou que a reforma da Previdência apresentada pelo Governo Temer, ou uma parecida, é possível de ser aprovada. “O presidente Bolsonaro entra com capital político grande. Eu preferiria tratar do tema de uma vez, porque fatiar não resolve o problema, senão tem só custos e não tem benefício”, disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã.
A reforma da Previdência é o “grande desafio que o país precisa enfrentar” e a Previdência não traz apenas um problema fiscal, mas também de justiça, segundo o ministro. “O sistema previdenciário hoje é regressivo e favorece os mais ricos em detrimento dos mais pobres. Os mais pobres se aposentam por idade e com salário-mínimo. As mais favorecidas conseguem se aposentar por tempo de contribuição e com benefícios mais altos. Existe questão de justiça por parte da proposta de reforma da Previdência”, explicou.
Guardia reiterou ainda que “se não fizermos a reforma da Previdência, o gasto não para de crescer”, e relembrou que, atualmente, metade da despesa do Governo já vai para a Previdência dos setores públicos e privados. “Estamos cortando despesas de outras áreas importantes para financiar o déficit da Previdência, e o problema é que isso vai piorar, porque a população vai envelhecer”, analisou.
O ministro da Fazenda do Governo de Michel Temer comemorou o fato, entretanto, do aumento do conhecimento da população sobre o tema e, consequentemente, da aceitação da reforma. “Quando começamos a discussão, era difícil explicar por que precisava fazer. Hoje, a maioria da população e Congresso entende que é absolutamente necessário enfrentar o tema da previdência. A reforma que mandamos preserva os mais pobres”, garantiu.
“Acho que a reforma da Previdência é condição necessária para que possamos falar em condição de crescimento de 2,5% ou mais”, finalizou.
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