Fechar fronteiras não é opção ‘no momento’, diz Mandetta

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2020 06h10 - Atualizado em 17/03/2020 08h50
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EFE/José Jácome pós a reunião com o ministro Mandetta, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, anunciou que as sessões do Supremo continuam normalmente

Fechar fronteiras não é uma opção para o Brasil neste momento. Foi o que declarou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, após países vizinhos, como Argentina e Peru, terem anunciado a medida. O mesmo ocorreu com a União Europeia.

Após uma reunião no Supremo Tribunal Federal com o presidente da Corte, Dias Toffoli, além dos presidentes da Câmara, Senado, do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União, Mandetta disse que apresentou, no encontro, a situação do novo coronavírus no país.

Para o ministro da  Saúde, o fato de outros países terem fechado fronteiras não significa que o Brasil deve fazer o mesmo — e que o melhor é aguardar. “Se for partir primeiro para fechar tudo, calma. Vamos tomar as medidas de acordo com o que foi planejado.”

Luiz Henrique Mandetta também minimizou a postura do presidente Jair Bolsonaro, no domingo (15), ao cumprimentar manifestantes e contrariar as recomendações do próprio Ministério da Saúde.

Bolsonaro foi alvo de críticas por parlamentares, como a deputada estadual Janaína Paschoal, do PSL, que pediu a saída dele do cargo e disse que ele cometeu um crime contra a saúde pública ao participar dos atos.

Com o mesmo argumento, o deputado federal Alexandre Frota, do PSDB, vai apresentar nesta terça (17) um pedido de impeachment contra Bolsonaro.

O ministro Mandetta considera um exagero mirar as críticas no chefe do Executivo. “O presidente teve sua passagem ali, mas ao invés de apontar o dedo todo mundo tem que entender que é um comportamento coletivo de mais ou menos intensidade do caso.”

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 234 casos confirmados de coronavírus. No domingo, eram duzentos. Os casos suspeitos chegaram a 2064. São Paulo e Rio de Janeiro já têm transmissão comunitária, quando não é mais possível detectar a origem de cada contaminação.

Os governos estaduais e municipais vão receber R$ 424 milhões para o custeio de ações de alta e média complexidade, como internações, no combate ao coronavírus.

Além disso, cerca de dois mil leitos de UTI devem ser instalados no país. A distribuição por estado acontece de acordo com a necessidade demonstrada por cada secretaria.  O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, comentou a situação.

“Estabelece uma necessidade de 2,4 leitos para cada 10 mil habitantes. Temos 2,1 letos para cada 10 mil habitantes. Estamos muito próximos da necessidade para o enfrentamento da pandemia.”

Após a reunião com o ministro Mandetta, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, anunciou que as sessões do Supremo continuam normalmente nesta semana, de forma presencial, com as restrições já anunciadas a visitantes.

Os ministros devem se reunir nos próximos dias para ampliar o âmbito do plenário virtual da Corte e assim, reduzir o contato físico durante a epidemia.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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