Filipinas que trabalhavam em imóveis de luxo em SP, em condições análogas à escravidão, são resgatadas
Uma operação do Ministério do Trabalho já identificou pelo menos três mulheres filipinas mantidas em condições análogas à escravidão, em São Paulo.
Elas foram trazidas ao Brasil por duas agências de emprego e trabalhavam como empregadas domésticas, em áreas nobres da capital paulista.
A estimativa dos investigadores é de que 180 pessoas já tenham sido atraídas pelas propostas e de que 130 patrões tenham se beneficiado do esquema. Eles pagavam cerca de R$ 15 mil, para contratar uma estrangeira.
Os anúncios eram feitos em redes sociais, por uma agência de Hong Kong.
No Brasil, elas eram recrutadas pela SDI pela Global Talent.
A promessa era de que receberiam altos salários e de que a viagem seria paga pelas empresas, mas, ao chegar a São Paulo, a realidade era bem diferente.
As vítimas eram maltratadas, submetidas a jornadas exaustivas e obrigadas a entregar parte do dinheiro para quitar a dívida da passagem.
As mulheres não falavam português e a descoberta só aconteceu depois que as filipinas procuraram o Padre Paolo Parise, da Missão Paz, que é italiano. O padre é responsável pela Missão Paz, referência no atendimento a imigrantes, em São Paulo.
Segundo o Ministério do Trabalho, um hotel de Amparo, no interior de São Paulo, também está sendo investigado por uso de mão-de-obra escrava.
Uma lista de clientes das agências já foi encontrada pelos auditores e os empregadores deverão ser responsabilizados.
*Informações do repórter Vitor Brown
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