‘Fim da desoneração da folha é retroceder na geração de empregos’, diz deputado
Relator da matéria que propõe extensão do benefício até 2026, Jerônimo Goergen diz que ampliação seria decisão ‘mais responsável’ do governo; votação do texto acontece em 15 de setembro
A Câmara dos Deputados vai debater a manutenção da desoneração da folha de pagamentos com o governo federal na próxima semana. A ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, marcou uma reunião com os parlamentares e representantes dos 17 setores contemplados para ouvir as demandas sobre o tema. O encontro busca chegar a um acordo com o Executivo sobre proposta que pode ampliar a desoneração até 2026. O texto atual prevê a extinção do benefício em dezembro deste ano, o que pode impactar na manutenção dos empregos, explica o deputado federal Jerônimo Goergen (PP), relator da matéria em discussão. Segundo ele, há uma “pressão muito grande” para a continuidade do benefício. “Se não houve reforma tributária e ela foi proposta em quatro etapas, e a desoneração estava na última, é muito prudente que se mantenha. Não dá mais para ter o custo que o Estado cobra para gerar empregos. […] O fim da desoneração é aumento de impostos na veia e retroceder na geração de empregos”, disse ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
O parlamentar considera que é “mais responsável” que o governo gaste por mais tempo com a desoneração até ter uma solução definitiva para o problema, o que viria com a reforma tributária. Jerônimo Goergen afirma que o desafio é conseguir uma negociação com o governo, embora isso não seja condicionante para a votação da matéria. “Queríamos votar na semana que vem, como o governo sinalizou a possibilidade de conversar, não vamos votar. Vai acontecer no dia 15 com ou sem o apoio do governo, mas estamos trabalhando para que tenha base de apoio”, ponderou o deputado, que disse apostar que haverá uma “sensibilidade” do Executivo. “Tema da desoneração é uma mobilização que vem em hora bem apertada, porque dezembro está logo ali, mas precisamos apostar. Sai mais barato manter empregos, e de preferência gerar, do que dar coronavoucher“, completou, em referência ao auxílio emergencial. Segundo Goergen, dependendo do diálogo na próxima semana, vai ser analisada a possibilidade de incluir novos setores na proposta.
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