Fios expostos em vias públicas atrapalham visual e geram risco em São Paulo
Situação é vista tanto em áreas periféricas quanto em bairros nobres da capital paulista; moradores temem que temporais ou veículos altos possam derrubar fios e cortar o fornecimento de internet e energia elétrica
Eles foram chegando aos poucos, junto com a necessidade de mais conexões de internet e estrutura para as operadoras e hoje o resultado é esse: quilômetros de fios que se entrelaçam e disputam espaço com as árvores em vários pontos da cidade de São Paulo. Quem mora na capital paulista, já está acostumado com cenas como essa. “Isso aqui é muito feio, considerado poluição visual. E porque que é considerado poluição visual e está positivado em lei? Porque isso faz mal para a alma humana”, diz o fotógrafo Renato Lima. “Eu acho um absurdo esse acumulo de fios. Pode causar um incêndio, um curto-circuito aqui no bairro e causar bastante dano. Poderia dar uma melhorada, está precisando bastante”, completa o vendedor Renan Vinícius.
O problema não é visto apenas na periferia na capital. Em bairros nobres, é possível encontrar emaranhados de fios e cabos por todos os postes. E o problema não é só visual, ele representa um risco para moradores e comerciantes. Um temporal ou até um caminhão mais alto gera o medo de que os cabos se rompam e deixem muitas pessoas sem luz e internet por dias. A prefeitura de São Paulo tinha a meta de enterrar 52 quilômetros de cabos elétricos expostos em postes da capital. As obras deveriam ter ficado prontas em 2018. EM nota, a gestão municipal informou que o projeto foi dividido em 13 áreas, das quais quatro foram finalizadas ou estão em fase final. Na região central, das 117 vias previstas, até o momento apenas 14 foram concluídas.
De acordo com o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, para tentar colocar fim ao ‘caos aéreo’ de São Paulo, como é chamado o emaranhado de fios suspensos em vias públicas, o órgão já tentou diversas iniciativas sem sucesso. Ele explica que o problema se torna ainda mais grave porque parte dos fios pertence às operadoras de internet e telefonia e também às empresas clandestinas. “São dezenas de empresas que eu nunca ouvi falar. Muitas vezes quando você vai e corta o fio, você cria uma pane de comunicação generalizada, principalmente no bairro. Tentamos fazer isso na Berrini e os escritórios pararam de funcionar. É algo que deve ser realizado pelo governo municipal em conjunto com o estadual e o federal”, diz Capez.
Confira a reportagem:
*Com informações da repórter Caterina Achutti
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