Flexibilização precipitada pode colocar em risco a população, diz infectologista
O infectologista do Instituto Emílio Ribas Jean Gorinchteyn afirmou que as medidas de flexibilização da quarentena adotadas por alguns estados e municípios brasileiros podem colocar em risco a população.
Em entrevista ao Jornal da Manhã neste sábado (6), o médico explicou que, para “analisar a abertura, você precisa ter a certeza da estabilidade no número de casos”, assim como ter uma redução na ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Entretanto, destacou que algumas cidades não estão considerando esses fatores essenciais.
“O que observamos que alguns municípios estão muito próximos da sua ocupação, com alta taxa de mortalidade e que abriram. Quando você vai abrir, o ideal é que seja feito de forma lenta, gradual, progressiva”, afirmou o médico, explicando que, sem normas específicas para a retomada, tanto os funcionários quanto os clientes das empresas estarão em risco.
O infectologista apontou ainda que há três semanas a cidade de São Paulo tinha 94% de ocupação dos leitos de UTI. Com a diminuição da taxa, chegando a 80% de camas ocupadas, foi possível iniciar o processo de reabertura econômica. Em contrapartida, Jean citou o Rio de Janeiro, que mesmo com baixa disponibilidade de leitos e tendo até mesmo filas de espera para internações, também adotou medidas de flexibilização.
Gorinchtey finalizou lembrando que os efeitos da reabertura econômica serão analisados após duas semanas. Por isso, ele reforçou a necessidade do engajamento da população para colaborar com o controle e enfrentamento do novo coronavírus durante as etapas de retomada.
“O empresário tem que entender o seu papel de responsabilidade, tem que dividir em turnos, manter distanciamento, ter responsabilidade pela higienização. Ou vai comprometer, vai colocar em risco as pessoas que estão na linha de frente do trabalho. É importante esse papel da sociedade como um todo.”
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