Focado nas reformas, governo deve perdoar “traidores” que votaram contra Temer

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2017 12h36 - Atualizado em 28/10/2017 12h49
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EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Apesar dos votos contrários a Temer, os tucanos demonstraram apoio às reformas

Após a Câmara barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, a missão do governo é reorganizar a base aliada. O Palácio do Planalto quer votar ainda este ano as medidas para a retomada do crescimento elaborada pela equipe econômica.

A Câmara analisa as reformas da Previdência e Tributária, matérias que precisam de grande apoio para ser aprovada. Missão difícil para o governo, que perdeu 12 votos na decisão da segunda denúncia, além de conviver com a insatisfação de algumas legendas da base. Partidos aliados pressionam Temer por mudanças nos cargos do primeiro escalão. O “centrão” questiona o espaço ocupado pelo PSDB, que tem quatro ministérios (Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo). Vale lembrar que a maioria dos tucanos votou contra o presidente na denúncia: 23 a 20.

De acordo com o deputado Rogério Rosso (PSD-RJ), os espaços do governo são de responsabilidade do presidente, mas acha que os cargos não estão distribuídos de forma proporcional. “Dado ao número dos votos e o número de ministérios, é claro que aqui na Casa existem partidos e lideranças que defendem que isso está absolutamente desproporcional. Então é dentro dessas premissas que o presidente da República deve tomar, nos próximos dias, algum tipo de decisão ou encaminhamento com relação a isso”, afirmou.

Apesar dos votos contrários a Temer, os tucanos demonstraram apoio às reformas. Betinho Gomes (PSDB-PE) é um dos que defende as medidas enviadas pelo governo. “Em relação à agenda e recuperação, eu diria que o debate vai ser muito mais fácil dentro da bancada porque o PSDB tem um compromisso com o País. Nós queremos que o Brasil volte a crescer. (…) Demos votos até mais do que partidos como PMDB, que é o partido do presidente Temer, e outros que fazem parte da base. Então nós vamos continuar com essa postura. Votar na agenda de interesse do País é a nossa prioridade”, contou Gomes.

Mas o apoio do PSDB e do Democratas não será suficiente para aprovar mudanças constitucionais, que necessitam 308 votos no cenário. Por isso, o governo pretende perdoar os “traidores” que votaram contra Michel Temer na Câmara, com o objetivo de não perder mais apoio. Para o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), o governo não tem mais condições de retirar cargos e emendas dos que “traíram” Temer.

“Eu acho que esse governo não tem condição de punir mais ninguém. Cada vez que eles fizerem algum tipo de punição com a base, eles vão perder votos. É evidente isso. O camarada já não se sente bem andando do lado do governo, e se ele ainda for punido, perder suas emendas, perder os seus cargos, aí que ele não vai ter interesse nenhum de continuar com esse governo”, explicou o petista.

Já o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) defendeu que o presidente deve ser duro com os deputados da base que votaram contra a denúncia.

O governo tem um grande desafio pela frente, já que mais de 100 deputados da base votaram contra o presidente.

*As informações são do repórter Arthur Scotti

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