O fôlego das empresas está no fim, diz presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus
O presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã desta segunda-feira (18), que, com a pandemia da Covid-19 e a extensa paralisação das atividades, o fôlego das empresas do setor está chegando ao fim.
A companhia, presente no Brasil há 40 anos com fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, registrou queda de 60% nas vendas de caminhões após o início da crise, o que levou à parada da produção e adoção de férias coletivas para os funcionários.
“Eu diria que a pandemia nos pegou em cheio, nós vínhamos vendendo entre 500 a 550 caminhões por dia, em janeiro, fevereiro e meados de março. Esses 500 caíram para 80 veículos por dia, ou seja, passou a se comprar só o que era absolutamente mandatório. No mês de abril subiu um pouco, nós temos uma média de 200 caminhões por dia.”
Roberto Cortes explica que, de forma geral, as empresas estavam ainda um “pouco debilitadas”, se recuperando da última crise e iniciando, aos poucos, o aumento da produção. Por isso, ele entende que, “com a queda nas vendas acima de 60%, o fôlego [das empresas] é limitado”, o que dificulta a manutenção da liquidez no setor.
Para mudar a situação e garantir a retomada da indústria, Cortes espera que, assim como aconteceu em países como a China e Alemanha, após o “abrandamento da doença” a economia volte a crescer. “A esperança é de que seja logo [a retomada da economia] e com grandes possibilidades de voltar à normalidade.”
Cortes enumera que, para manutenção das empresas e dos transportes de cargas, seriam necessárias três ações do governo: a concessão de crédito para os caminheiros, buscando incentivos para a retomada das vendas; a disponibilização de empréstimos para garantir o capital de giro no setor e um programação de renovação de frota, que, na visão dele, “faria a economia voltar a rodar” e traria benefícios para todos.
Pensando em um cenário pós-pandemia, o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus enxerga que, sem dúvidas, o futuro dos caminhões é “conectado, elétrico e autônomo”. Para isso, a empresa busca, mesmo com a crise, manter o cronograma de inovação com o lançamento do primeiro caminhão elétrico desenvolvido no Brasil, previsto para o início de 2021.
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