Força política de governo populista prevalece e Itália aprova orçamento de 2019 com déficit
Não adiantou colocar um economista apartidário e com certa reputação no mercado como ministro das finanças. No final, prevaleceu a força política do governo populista. A Itália aprovou nesta quinta-feira (27) seu orçamento para 2019 com uma meta de déficit de 2,4% do PIB – ou três vezes mais que as projeções do governo anterior.
À primeira vista, na perspectiva do campo social, a decisão tomada pelo governo de coalizão entre o Movimento Cinco Estrelas e a Liga, pode ser até comemorada.
Os dois partidos estão tentando encontrar dinheiro para bancar promessas de campanha como a renda mínima, uma espécie de bolsa-família de padrão europeu que vai pagar 780 euros por mês para os mais pobres na Itália, e ainda a redução da idade mínima para aposentadoria no país.
O problema é que o dinheiro para bancar isso vai vir de mais dívidas em um país que já deve 131% de seu PIB, a segunda maior taxa da zona do euro, atrás apenas da Grécia.
A título de comparação, o Brasil, que tem uma economia mais ou menos do mesmo tamanho da Itália, deve menos de 90% de seu produto interno bruto – o que já é considerado muito.
Por isso, a União Europeia olha receosa para o caminho que o novo governo italiano está perseguindo.
Se der certo, o país pode voltar a movimentar sua economia e trazer um alívio merecido para as camadas mais pobres da população, que vêm sofrendo há anos com as medidas de austeridade adotadas após a crise de 2008.
Portugal deixou de lado algumas medidas de austeridade e vem experimentando relativo sucesso.
Agora é a vez da Itália tentar um caminho fora do que prega a burocracia europeia, no que muitos analistas têm chamado de irresponsabilidade fiscal mesmo.
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