Concentração pluvial em áreas de risco potencializou estragos de chuva no Recife, diz chefe da Defesa Civil

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2019 09h16 - Atualizado em 25/07/2019 11h44
Ademar Filho/Estadão Conteúdo De acordo com Lamartine, a forte de chuva de 2019 se assemelha bastante ao temporal que atingiu a cidade em 2010

Um forte chuva causou diversos deslizamentos de barreiras, alagamentos e deixou pelo menos 12 mortos na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Até a manhã desta quarta-feira (25), pelo menos 518 famílias continuavam desalojadas por causa dos estragos em cidades como Recife, Camaragibe e Olinda.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa, falou sobre a situação do Estado e medidas que a própria população pode tomar.

De acordo com Lamartine, essa chuva se assemelha muito ao temporal que atingiu a cidade em 2010, porém, agora, o agravante é a maior concentração pluvial no tempo-espaço. “Em 2010, a chuva alcançou uma região muito mais ampla e afetou muito mais os rios. No sábado passado (20), chuvas moderadas a fortes concentraram em regiões extremamente populosas e com deficiência de infraestrutura. Isso expõe ainda mais uma situação que já é de risco”, explica.

Para o coronel, a população não entende a orientação de saída das casas como uma forma de salvar a vida de quem mora ali. “Existe a necessidade de investimento massivo em projetos de infraestrutura na fase de prevenção da Defesa Civil. São obras para evitar o risco. Para não investir na recuperação, precisamos investir na prevenção”, explica.

“A cultura do nosso povo, nosso país não é prevencionista. Somos reativos. Mas precisamos trazer iniciativas importantes nesse sentido”, completa.

Medidas de precaução

O coronel Lamartine Barbosa defende que a “Defesa Civil somos todos nós” e que a própria população pode fazer  um pouco mais para diminuir esse problema.

“Diante do conhecimento, a pessoa pode cuidar da sua segurança. Os agentes têm feito um bom trabalho de interlocução para as famílias, conversando, explicando, orientando medidas que os próprios cidadãos podem tomar.”

Segundo o secretário-executivo, não cortar barreiras, não remover vegetação natural das encostas, não plantar árvores nas encostas e não fazer puxadinhos nas casas que possam interferir nas canaletas são alguns cuidados simples que podem evitar grandes estragos.

Situação de emergência

Alguns municípios como Abreu e Lima, Igarassu e Olinda decretaram situação de emergência após os temporais. “Com o reconhecimento federal os gestores têm acesso a recursos públicos para recuperação das áreas atingidas”, afirma o coronel.

Porém, ele completa. “A ação se inicia no município e o Estado entra como salva guarda. Poucas famílias estão precisando de alojamento público. A Defesa Civil municipal, com apoio da estadual, trabalha para suprir itens básicos como alimentação e higiene pessoal.”

 

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