Funaro acusa Temer e autoridades do PMDB de saber sobre esquema de corrupção no FGTS
Doleiro Lúcio Funaro revela detalhes de esquema de corrupção envolvendo Eduardo Cunha, o PMDB e o presidente Michel Temer.
Funaro falou durante uma audiência referente à operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa Econômica Federal.
O depoimento na íntegra foi tornado público nesta segunda-feira (30).
O empresário acusou políticos de serem beneficiários de um esquema de corrupção e desvios do FGTS, liderado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
O doleiro declarou que Temer e outras autoridades do PMDB sabiam do conchavo guiado por Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa: “o PMDB não é um partido homogêneo. São facções. Mas a maior facção, a maior ala, é a que era liderada por Eduardo Cunha. Geddel, Lúcio, Henrique Eduardo Alves, Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis [sabiam]”.
Funaro, no entanto, disse não ter “ideia” de como o ex-líder da Câmara fazia o rateio da propina que recebia por desvios no FGTS.
Essas acusações contra Michel Temer foram base da segunda denúncia contra o presidente, barrada pela Câmara dos deputados na semana passada.
Funaro declarou que o maior grupo dentro do PMDB era comandado por Cunha e a partir de 2003 passou a ter reuniões semanais com ele para tratar exclusivamente de negócios ilícitos.
O doleiro admitiu ter atuado como operador do ex-deputado por mais de 15 anos: “não sei precisar o total de reuniões. Tive várias vezes”.
O delator relatou que Cunha era neurótico com possíveis grampos telefônicos, e até providenciou aparelhos israelitas para criptografar ligações.
Todos os citados no depoimento de Lúcio Funaro se manifestaram para negar as acusações.
O empresário participa de mais uma audiência com o juiz Vallisney de Oliveira nesta terça-feira (31), a partir das dez horas da manhã.
O depoimento do ex-deputado Eduardo Cunha sobre o caso está marcado para o dia 06 de novembro.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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