Futura instalação de roda gigante em São Paulo é criticada por moradores: ‘Vai piorar a frequência’

O projeto faz parte de ações do governo estadual para revitalização do entorno do Rio Pinheiros

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2020 07h08 - Atualizado em 19/10/2020 07h08
RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Nas redes sociais, moradores dizem que o projeto vai "piorar a frequência" da região, tornando-a "muito popular", e aumentar a "criminalidade"

O governo de São Paulo anunciou a instalação de uma roda gigante no Parque Cândido Portinari, na Zona Oeste da capital. A atração, inspirada em modelos como a London Eye, na Inglaterra, foi divulgada pela gestão Doria como promessa de “novo cartão postal” de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, a roda gigante terá 90 metros, e será a maior da América Latina. O projeto faz parte das ações de revitalização do entorno do Rio Pinheiros e a expectativa do governo é de inaugurar a atração até o final de 2021. A empresa SPBW, única a apresentar proposta para a construção e concessão, poderá cobrar ingresso pelo uso da roda gigante, mas deverá destinar parte do total para a população de baixa renda.

Apesar do ânimo da gestão Doria, a instalação da atração está causando polêmica entre os moradores de bairros próximos ao Parque Cândido Portinari, como Alto dos Pinheiros, Vila Leopoldina e City Boaçava. Nas redes sociais, há quem diga que o projeto vai “piorar a frequência” da região, tornando-a “muito popular”, e aumentar a “criminalidade”. Um exemplo é o grupo “Alto de Pinheiros quer paz”, no Facebook. Entre as publicações, moradores relatam ter “vergonha” do que está acontecendo com o bairro. Alguns posts, no entanto, defendem a atração, e criticam o que chamam de “bairrismo” e “elitismo” da população da região.

Procuradas pela Jovem Pan, associações de moradores como Amigos de Alto dos Pinheiros e Amigos do Bairro City Boaçava não responderam à reportagem. Segundo o governo, o objetivo do projeto é trazer investimentos: a empresa ganhadora da concessão terá de pagar à gestão R$ 141 mil mensais ou 10% do faturamento bruto, o que for maior, pelo uso da área por 10 anos. Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que o governo já apresentou a proposta à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana e que o projeto está sendo analisado pelo município.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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