G10 favelas promove atividades em comemoração os 102 anos da Comunidade Paraisópolis
Para marcar esse momento especial, o G10 Favelas organiza uma semana com muitas atividades para toda a comunidade
Foi a partir de um loteamento que serviria para construção de casas de alto padrão, em 1921, que surgiu a segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, fundada por famílias pobres e nordestinas que chegaram atraídas para trabalhar na construção civil. No dia 16 de setembro a comunidade celebra 102 anos de história. Em entrevista à Jovem Pan News, o presidente nacional da ONG G10 Favelas, Gilson Rodrigues, comemorou a marca: “Nós celebramos 102 anos do loteamento e da construção dessa favela que sonha em um dia se transformar em bairro, na ‘Nova Paraisópolis'”. Para marcar esse momento especial, o G10 Favelas está organizando uma semana com muitas atividades para toda a comunidade. “Desfiles do costurando sonhos, ações ligadas a hortas comunitárias e finalizando com um grande show, na Avenida Hebe Camargo, de Xande de Pilares, Filho da Bahia e MC Hariel, além de diversos artistas da comunidade. É celebrar as coisas boas da favela e transformar este novo olhar para que mais oportunidades possam acontecer por aqui”. Em parceria com a Prefeitura de São Paulo, são realizados na favela atendimentos do Centro de Apoio e Trabalho em Empreendedorismo, além de cadastramento no CadÚnico, que permite acesso aos programas do Governo Federal.
Ao longo dos anos, muitas coisas mudaram em Paraisópolis por meio de ações sociais, como o projeto Mãos de Maria, iniciativa do G10 Favelas que tem como objetivo capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social. Por meio de cursos gastronômicos, as mulheres são incentivadas a empreender e aprenderem mecanismos para se inserirem no mercado de trabalho e conquistarem independência financeira. Elizangela Cerqueira, que é empreendedora social do projeto, ressalta a importância do Mãos de Maria: “A gente usa a comida como ferramenta desse processo de transformação. Independência financeira é um fator determinante. Se a gente quer falar de mulher empoderada na favela, essa mulher tem que ter dinheiro no bolso. Não existe mulher empoderada na favela sem dinheiro no bolso”.
Os desafios na comunidade são inúmeros, por isso o presidente do G10 Favelas destaca a necessidade do trabalho coletivo: “Ao invés de uma favela carente, marginal, ‘pobrinha’, que por vezes as pessoas tem esse olhar marginal, um olhar potente, organizado e economicamente ativo que precisa de investimentos para transformar a sua vida. A gente vai criando soluções para os problemas que existem na favela, criando bancos, centros de logística e programas de formação para emprego. Olhando para a favela a partir da solução e não a partir do problema.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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