Gastos com combate e controle do Aedes superam o valor de R$ 2 bilhões
O Brasil gastou mais de R$ 2,3 bilhões em 2016 para combater os vírus da dengue, zika e chikungunya. Mesmo com esse valor alto, foram registrados dois milhões de casos das doenças, a maior incidência no país.
Os dados são do estudo realizado pela Sense Company, que estimou o impacto econômico gerado pela presença do Aedes aegypti no Brasil.
O custo de combate ao mosquito com inseticidas, fumacê e políticas de controle foi superior a R$ 1 bilhão, e representou 65% dos gastos.
Os custos médicos diretos relacionados ao diagnóstico e ao tratamento das pessoas foi de R$ 374 milhões.
Já os custos indiretos, como por exemplo as faltas no trabalho por causa das doenças, representaram 19% do valor total, cerca de R$ 431 milhões.
No total foram gastos 2% da verba da saúde federal só para acabar com o mosquito da dengue e cuidar do prejuízo causado por ele.
A engenheira Vanessa Teich, professora do Insper e a líder da pesquisa, explicou que o impacto econômico é alto.
Apesar do maior gasto ser destinado a prevenção, na prática essas políticas não são totalmente eficazes. Prova disso é a volta sazonal do mosquito cada vez mais forte, com novos subtipos da doença.
A professora Vanessa Teich alertou que são necessárias mudanças estruturais para diminuir a incidência das arboviroses no Brasil.
Minas Gerais foi o Estado que mais gastou com a dengue: foram mais de R$ 300 milhões. São Paulo ficou em segundo lugar, com R$ 255 milhões gastos.
Com as atenções voltadas ao surto de febre amarela, a preocupação é de que além de transmitir dengue, zika e chikungunya, o aedes aegypti também seja transmissor do vírus.
As autoridades de saúde descartam essa possibilidade, já que desde 1942 não há registros de febre amarela urbana.
O Ministério da Saúde informou que houve queda no número de casos de dengue, zika e chikungunya em 2017 e ressaltou que as medidas de controle do Aedes aegypti teve resultados positivos.
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