Gen. Mourão: ‘Pessoas que chamam período de presidentes militares de ditadura, não reconhecem o que era’

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2018 11h02
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Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo "Era autoritário? Era. Ela teve instrumento de exceção que foi AI5 que não foi usado tantas vezes assim e tínhamos Guerra Fria", justificou o general

Tema polêmico na campanha de Jair Bolsonaro à Presidência – e ainda mais aceso por conta da nomeação de um general para a composição de sua chapa – a ditadura ainda causa divergências entre militares e a sociedade civil.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o General Mourão, vice da chapa do PSL ao Palácio do Planalto, foi questionado sobre sua visão liberal na área econômica, que vai contra ao que ocorreu na ditadura, a partir de 1964, quando o Governo militar estatizou a economia. Perguntado se negava a herança militar, ele foi categórico: “não nego porque não pode negar a realidade”.

Entretanto, a defesa, por parte de Bolsonaro, do coronel Brilhante Ustra, torturador do regime militar, ainda causa espanto naqueles contrários ao regime. Defender uma economia liberal, como faz o vice na chapa, e exaltar a figura de torturador não são coisas que caminham juntas, mas na visão de General Mourão, a visão da época da ditadura é equivocada.

“Considero pessoas que chamam período de presidentes militares de ditadura, não reconhecem o que era realmente. Era autoritário? Era. Ela teve instrumento de exceção que foi AI5 que não foi usado tantas vezes assim e tínhamos Guerra Fria. E aqui grupos armados buscaram atacar o Estado e não para derrubar a ‘tal’ ditadura, mas queriam implantar a ditadura do proletariado.

Estado se defendeu. Houve excessos, mas na guerra excessos acontecem”, disse ao também admitir que a tortura era um excesso.

Sobre o Ato Institucional 5, que cassou mandatos, fechou Congresso e ainda cassou prerrogativas do que havia restado de democracia na ditadura instalada, General Mourão reconheceu que era um “instrumento forte e potente na mão do presidente”, mas que é a história que vai julgar.

“Momentos tensos e difíceis e a história vai julgar. Não compete a mim. Não fui partícipe, mas estava vivo e acompanhei sob minha ótica. Completamos 100 anos da Primeira Guerra Mundial e temos novas leituras. Isso ainda vai ser muito debatido. Temos que olhar pra frente, isso ficou para trás”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro, General Mourão:

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