Geração Y mostra angústia e desconforto com cobranças do mercado de trabalho

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2017 07h39 - Atualizado em 18/09/2017 10h52
Camila Domingues/ Palácio Piratini O levantamento revela que, somente após os 50 anos de idade as agruras profissionais começam a diminuir

Estudo aponta que homens e mulheres da geração Y no Brasil mostram angústia e desconforto com a competição e as cobranças do mercado de trabalho.

Você não precisa falar nada aí na empresa não, mas, desde que você começou a trabalhar, quantas vezes teve o sentimento de que esse clássico dos Titãs – Homem Primata – passou a fazer sentido na sua vida?

Pois, saiba que você não está só. Um estudo liderado pela antropóloga, professora da UFRJ, Miriam Goldenberg, ouviu homens e mulheres país afora e constatou que esta angústia é bem mais comum do que a gente pode imaginar.

São as mulheres da geração Y, aquelas que hoje tem entre 21 e 34 anos de idade – as que mais têm sofrido com o ambiente agressivo: uma em cada quatro se diz frustrada e desmotivada no emprego.

Entre os homens o reflexo desta competição também se mostra pesado: 44% deles disseram ter passado por constrangimento no trabalho quando ajudaram algum colega que estava sendo desrespeitado.

Ao responder os questionamentos, eles deixam claro que os estereótipos ligados à masculinidade mais atrapalham do que ajudam quando o assunto é qualidade de vida.

“Eles também querem mais tempo para o afeto. Eles falam na pesquisa que têm que inventar desculpas quando dizem que têm que passar mais tempo com os filhos. Eu acho que essa mudança no que os homens querem é algo interessante que a pesquisa revela”, disse Miriam Goldenberg.

A pesquisa acabou sendo batizada de ” A vez do Feminino”.

Isto porque, ao entrevistar os brasileiros que têm entre 16 e 64 anos, Miriam descobriu que as pessoas estão, cada vez mais, desejando viver de uma maneira diferente, mais perto de valores que elas associam às mulheres.

O levantamento revela que, somente após os 50 anos de idade as agruras profissionais começam a diminuir. Na avaliação da antropóloga Miriam Goldenberg isso está ligado ao equilíbrio que vem com a maturidade.

Por isso, a pesquisadora da UFRJ acredita que o estudo aponta uma necessidade de readequação das empresas aos novos tempos.

Para que este equilíbrio passe a ser uma realidade desde o início da carreira, podendo assim, estender a qualidade e o tempo de produtividade dos profissionais.

*Informações da repórter Helen Braun

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