‘Governo Bolsonaro pode ser tudo, menos tributarista’, avalia senador Eduardo Gomes

De acordo com o parlamentar, o presidente e o ministro Paulo Guedes “rechaçaram de forma veemente” a possibilidade de aumento da carga tributária

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2020 09h53 - Atualizado em 08/07/2020 09h54
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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Ele citou que a proposta inicial era de desoneração de 2 anos, mas depois foi optado por um ano -- e que acredita no diálogo

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que é líder do governo no Congresso, avalia que o governo do presidente Jair Bolsonaro “é tudo, menos tributarista”. Na avaliação dele, tentar impedir a derrubada do veto à desoneração prolongada na MP da proteção do emprego não tem relação com uma possibilidade de recriação da CPMF.

“O ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro, em todos os momentos que se apresentou possibilidade de aumento da carga tributária, rechaçaram de forma veemente. O ano de 2019 foi feito com muita competência e isso permitiu que o Brasil enfrentasse a crise da Covid-19. O governo busca o diálogo e transparência, foi assim que conseguimos aprovar a reforma da Previdência e o Marco do Saneamento Básico.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Gomes disse que o impedimento do veto pode ser conseguido ao se analisar o histórico recente do Ministério da Economia no combate à pandemia. “Esforço fiscal de cerca de R$ 1 trilhão, capacidade de diálogo, abertura de discussão e entendimento de que o processo legislativo tem diversas fases”, lembrou o senador.

Ele citou que a proposta inicial era de desoneração de 2 anos, mas depois foi optado por um ano — e que acredita na conversa entre Executivo e Congresso. “A equipe econômica trabalha com diversos cenários, é uma crise enfrentada com estratégia e inteligência e possibilidade de retomada das agendas macro. Ainda acredito que, antes da derrubada e apreciação do veto, haverá diálogo do governo com os setores específicos que empregam milhões de brasileiro. A equipe de Guedes tem responsabilidade fiscal e sensibilidade com o momento. Estou muito confiante com um acordo.”

Gomes defendeu que é preciso uma “leitura do cenário e responsabilidade com o setor fiscal” ao dizer quais setores são menos ou mais afetados com a crise causada pela pandemia. “Tudo o que o governo tem falado com estados e municípios precisa entrar no contexto. É uma questão de diálogo urgente, mas que podemos exercer com Paulo Guedes. Ele deixa isso claro. Precisamos avançar na melhor saída para a manutenção do emprego.”

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