Governo Bolsonaro terá de cortar R$ 4,7 bi em 2019 para compensar reajuste de servidores, diz Guardia
Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, suspendeu o adiamento do reajuste salarial previsto para servidores da administração pública federal. Lewandowski é relator de ações que contestam a medida provisória editada pelo presidente Michel Temer, que queria postergar o aumento para 2020.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, lamentou a posição do STF, mas disse que decisões da Corte devem ser cumpridas.
“Mas é importante pensar a consequência dessa decisão. Estávamos querendo adiar reajuste de salário. O que estávamos fazendo é adiar reajuste dado no passado e, vamos combinar, ele é acima da inflação. Íamos adiar um ano. A consequência disso é gasto adicional de R$ 4,7 bilhões no ano que vem. A nova equipe terá de cortar R$ 4,7 bilhões de outras despesas do Governo para compensar esse reajuste de salário”, explicou.
A decisão pode ser encarada como um problema para o futuro Governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Sem o adiamento, o novo Governo não conseguirá abrir espaço dentro do teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento das despesas à inflação.
Caso a postergação do reajuste fosse aprovada, o governo poderia direcionar esses gastos para áreas mais necessitadas, como saúde, educação ou segurança.
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