Governo estuda autorizar operadoras a cobrar franquia por convênios médicos
Entidades e especialistas reagem à proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que autoriza a cobrança de franquia pelos convênios médicos.
O modelo seria parecido com aquele que é usado hoje pelas seguradoras de automóveis. O cliente pagaria a mensalidade e mais um determinado valor, sempre que precisasse usar o serviço.
A ideia já está sendo discutida e a norma que regulamenta essa possibilidade deve ser publicada pela ANS até junho.
A supervisora da Fundação Procon de São Paulo, Maria Feitosa Lacerda, disse que o consumidor vai sair prejudicado.
A norma da ANS também vai regulamentar o modelo da coparticipação – em que o cliente paga uma parte do valor dos exames e consultas.
A promessa das operadoras é de que, com as novas regras, as mensalidades vão cair. Mas, para o advogado e ex-Secretário Nacional do Consumidor, Arthur Rollo, essa não é a melhor saída.
Já os médicos acham que os custos adicionais pelas consultas e procedimentos vão afastar os pacientes dos consultórios – e isso prejudica a prevenção de doenças.
Para o diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina, Marun Cury, a saúde está ficando em segundo plano. As operadoras se defendem das críticas e falam em “modernização”.
O economista-chefe da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais, garantiu que, em outros países que adotaram a franquia, as mensalidades caíram.
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar declarou que a norma ainda está em discussão e que deve entrar em vigor entre o final de 2018 e o início de 2019.
Segundo a ANS, o objetivo “é dar mais equilíbrio e sustentabilidade ao mercado” e é possível que ainda a proposta passe por ajustes.
*Informações do repórter Vitor Brown
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