Governo já admite discutir ‘nova CPMF’, mas resistência cresce no Congresso

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2019 07h07 - Atualizado em 23/08/2019 09h49
Reprodução Segundo o presidente da Câmara, proposta não passa na casa

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) parece ter sido convencido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a criação de um imposto sobre serviços, nos mesmos moldes da antiga CPFM (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é uma boa opção. Ele continua se posicionando contra o imposto do cheque, mas já admite discutir a questão dentro.

“Se desburocratizar muita coisa, diminuir a quantidade de impostos, que é uma burocracia enorme, eu estou disposto a conversar. Não pretendo, falei que não pretendo recriar a CPMF”, declarou, nesta quinta-feira (22), ao deixar o Palácio da Alvorada.

No Congresso Nacional, a medida é polêmica e enfrenta muita resistência, seja dos aliados do governo, seja da oposição. A avaliação é de que a experiência que o país teve com a CPMF não foi boa. A população, de uma forma geral, é contra o imposto. Existe o temor, por exemplo, do chamado imposto único, na prática, não substituir os outros tributos, como é a promessa da economia.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo, admite dificuldades, mas não descarta a possibilidade da proposta ser aprovada. “Havendo todos os esclarecimentos, mostrando que é uma substituição e uma simplificação, há espaço para a discussão. Apesar disso, na liderança do governo, na Câmara, nós não trabalhamos ainda com a hipótese. Lógico que já começamos a conversar, a esclarecer, mas vamos esperar a proposta [de reforma tributária] efetiva do governo chegar”, disse.

O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, defende o novo imposto e ressalta que os estudos estão avançados dentro do governo. O presidente da Câmara,  deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avisou que o a área econômica pode até tentar, mas que a recriação da CPMF não passa na Casa.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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