Governo negocia sua sobrevida a todo e qualquer preço, diz relator da reforma trabalhista
O Senado deve concluir nesta terça-feira (11) a votação da reforma trabalhista. Para que o texto seja aprovado, são necessários ao menos 41 votos dos 81 senadores. As discussões da matéria já foram encerradas na semana passada e a sessão de hoje parte para o voto dos parlamentares. Os líderes de partidos e de blocos partidários poderão apenas orientar suas bancadas para aprovar ou rejeitar o projeto.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o relator da matéria, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), assumiu que ocorrerá obstrução por parte dos contrários à reforma. O senador garantiu que o texto a ser votado “mantém e consagra todos os direitos conquistados e abre oportunidades para incluir um conjunto de brasileiros que não fazem parte do mercado”.
A expectativa, no entanto, é que ao longo desta terça-feira ainda o assunto esteja esgotado.
Questionado sobre a negociação do presidente Michel Temer com centrais sindicais a despeito da contribuição sindical obrigatória, que no texto da reforma passaria a ser opcional, Ferraço diz que seria um tiro no pé modificar o ponto já aprovado em comissões no Senado.
“No relatório, a contribuição deixa de ser obrigatória, ou seja, as pessoas precisam decidir aquilo que desejam. Se o Governo insistir nessa tese, será um retrocesso absurdo. O Governo vive denúncias muito graves, complexas, devastadoras e está negociando sua sobrevida a todo e qualquer preço (…) Se o Governo fizer isso, será um tiro no pé”, declarou o senador tucano.
PSDB e sua permanência no Governo
O senador falou ainda sobre a permanência do PSDB no Governo Temer e a reunião realizada nesta segunda-feira (10) com a cúpula do partido no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
“Eu tinha por expectativa que essa reunião pudesse concluir o que nos parece óbvio. PSDB tem que entregar seus cargos e não precisa de cargos para defender aquilo que acredita. Essa reunião produziu prejuízos ao partido. Estamos empurrando com a barriga uma decisão que parece óbvia”, afirmou.
Confira a entrevista completa:
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